Cotidiano

Governo Federal expulsou 19 servidores de Roraima no ano passado

Ao longo de 12 anos, o estado já contabiliza um total de 89 expulsões de servidores federais lotados em Roraima

O enfrentamento à impunidade no Poder Executivo Federal, uma das diretrizes prioritárias da Controladoria-Geral da União (CGU), resultou, em 2015, na aplicação de punições expulsivas a 541 agentes públicos por envolvimento em atividades contrárias à Lei nº 8.112/1990. De Roraima, foram contabilizadas 19 expulsões de servidores federais.

Em todo Brasil, foram registradas, no ano passado, 447 demissões de servidores efetivos (número recorde no comparativo dos últimos cinco anos); 53 cassações de aposentadorias; e 41 destituições de ocupantes de cargos em comissão. Esses dados não incluem os empregados de empresas estatais, a exemplo da Caixa Econômica, dos Correios, da Petrobras, etc.

Já quanto aos casos de Roraima, as penas expulsivas variaram entre demissão e cassação de aposentadoria. No portal da transparência da CGU é possível verificar que alguns desses casos tratavam-se de professores de ensino básico, técnico e tenológico, professores de ensino superior, fiscais municipais e agente de polícia civil.

Os motivos que levaram a expulsão dos servidores federais que eram lotados em Roraima vão de acúmulo ilegal de cargos, participação de gerência ou administração de sociedade privada e atuação ilegal como procurador junto a repartições públicas. Os casos são de servidores que trabalhavam na Universidade Federal de Roraima (UFRR), Instituto Federal de Educação de Roraima (IFRR) e aqueles lotados nas secretarias estaduais e na Prefeitura de Boa Vista.

CORRUPÇÃO
De acordo com a CGU, o principal fundamento das expulsões foi a comprovação da prática de atos relacionados à corrupção, com 332 das penalidades aplicadas a servidores de todas as unidades do Governo, ou seja, 61,4% do total.

Já o abandono de cargo, a inassiduidade ou a acumulação ilícita de cargos são fundamentos que vêm em seguida, com 138 dos casos. Também figuram entre as razões que mais afastaram servidores proceder de forma desidiosa e participação em gerência ou administração de sociedade privada.

12 ANOS
Desde 2003, o Governo Federal já expulsou 5.659 servidores. Desses, 4.729 foram demitidos; 426 tiveram a aposentadoria cassada; e 504 foram afastados de suas funções comissionadas. Nos últimos 12 anos, os estados com número mais elevado de punições foram Rio de Janeiro (980) e São Paulo (600); além do Distrito Federal (705). De Roraima, um total de 89 servidores já receberam punições.

Já as pastas com maior quantidade de estatutários expulsos foram o Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), Ministério da Educação (MEC) e Ministério da Justiça (MJ).

PRESTAÇÃO DE CONTAS
Os dados constam do último levantamento realizado pela Controladoria e divulgado esta semana. O relatório de punições expulsivas é publicado mensalmente na Internet, de forma a prestar contas à sociedade sobre a atividade disciplinar exercida no âmbito do Executivo Federal. As informações são consolidadas por meio do Sistema de Correição, que conta com uma unidade em cada ministério e é dirigido pela Corregedoria-Geral da União, vinculada à CGU.

A Controladoria também mantém o Cadastro de Expulsões da Administração Federal (CEAF), disponível no Portal da Transparência do Governo Federal. A ferramenta permite consultar, de forma detalhada, a punição aplicada ao servidor, órgão de lotação, data da punição, a Unidade da Federação (UF) e fundamentos legais. A fonte das informações é o Diário Oficial da União.

IMPEDIMENTOS
Os servidores apenados, nos termos da Lei Ficha Limpa, ficam inelegíveis por oito anos. A depender do tipo de infração cometida, também podem ficar impedidos de voltar a exercer cargo público. Em todos os casos, as condutas irregulares ficaram comprovadas após condução de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), conforme determina a Lei nº 8.112/1990, que garantiu aos envolvidos o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Com informações da CGU

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