Cultura

Governo afirma que está investindo em quem faz projetos e que denúncia é de grupo isolado

Secult informou como será usada a emenda parlamentar referente ao milhão destinada a cultura estadual

Após a denúncia feita por artistas de não existe transparência na utilização de recursos, a Secult (Secretaria Estadual de Cultura) informou em entrevista a Folha que a emenda parlamentar referente ao milhão foi pedida de volta por parlamentares da comissão de cultura da AleRR, para ser usada em manutenção de estradas no município de Bonfim e Normandia.

“Para não perder a emenda remanejei dinheiro para pagar cachê artístico de um evento no parque Anauá no valor que não chega a R$ 150 mil reais. Mandei oficio para a Assembleia informando que tinha usado a emenda para não perder o recurso. Tenho todos os documentos comprovatórios e agora a emenda está segura, mas foi uma batalha que travamos para manter o recurso para a cultura”

Ela explicou que a emenda é ampla e abrangente, podendo o recurso ser usado em qualquer segmento. “Ela será usada com pagamento de serviço de pessoa jurídica. A legislação federal já explica que não se pode pagar direito ao artista. Nós implantamos o #dialogacultura, pois a lei existia e não tinha sido implantada e para explicar como ia funcionar os editais. O Fundo de Cultura já foi implantado e temos inclusive conta bancária, o que não temos ainda é dinheiro, pois precisamos arrecadar”

Mulinari reafirmou que quatro editais foram abertos com recursos próprios.

“Um de repentistas com valor de R$ 40 mil, um de quadrilhas de R$ 720 , e o de artes plásticas de R$ 60 mil e o de dança no valor de R$ 200 tudo com recurso próprio, mais de R$ 1 milhão com recurso próprio. Tudo com recursos do governo estadual que trabalha pela cultura”, explicou a secretária.

Segundo a secretária estadual de Cultura, Selma Mulinari, não está faltando diálogo com os artistas.

“Eu recebo todos que vem aqui e o que não podemos é ficar o tempo todo marcando reunião em cima de reunião pois o que acho que falta é amadurecimento dos artistas para saber que o Estado não sustenta ninguém. A pessoa que quer viver de sua arte e você sabe que muitos aqui vivem de sua arte, e o que não posso é sustentar quem não quer viver de sua arte. Ajudamos quem milita e corre atrás. Os artistas envolvidos nesse movimento de denúncia são funcionários públicos e conselheiros que não podem ter acesso a editais, mas não fui eu que inventei essa lei. O auxilio é para quem vive da arte e não para quem busca interesse pessoal contrariando a Lei”

Mulinari disse que não tem problema em receber ninguém, mas que não vai fazer cultura para meia dúzia de pessoas. Ela explicou que tem oito editais, de teatro, dança, moda, literatura, artes visuais, cinema, arte popular e todos serão adaptados com a realidade local e está com comissão formada desde maio trabalhando em prol de eventos.

“Tivemos que trabalhar do zero na secretaria pois tínhamos a lei de criação do sistema de cultura e do fundo, mas não vinham sendo implementadas. Tínhamos nada e começamos do zero, nem equipe tínhamos e lutei para ter equipe básica para trabalhar e só quero que a população entenda que não estamos aqui sem transparência e não tenho interesse em prejudicar ninguém e o que quero é que esse dinheiro seja usado”, disse

Acrescentou ainda que tem emenda impositiva, obrigatória e que tira leite de pedra do parco recurso que recebe  dentro do planejamento da secretaria. “Não temos falta de transparência e má vontade, mas não tem como discutir com um grupo que não tem vontade de entender. Os outros artistas trabalham de forma conjunta conosco e tudo isso é de um grupo isolado. Fomos procurados várias vezes, tivemos reunião com eles, tivemos encontros na casa do Neuber, do diálogo e na nossa concepção estamos cumprindo o passo a passo que acordamos. Todas as vezes que nos procuram nós os recebemos e explicamos a situação para todos. Eles que não querem entender”

ARTES – Sobre o edital para seleção de projetos artísticos para a ocupação da Galeria de Artes Luíz Canará, localizada no Parque Anauá, a secretária de cultura, Selma Mulinari explicou que serão selecionados quatro projetos para exposições de artes visuais, que podem ser cerâmicas, pintura, desenho, escultura, gravura e designer. Cada exposição ficará disponível por dois meses na galeria. Os projetos selecionados receberão o repasse no valor de R$ 15 mil cada, que deverá ser usado para custear a montagem da exposição, como a elaboração de catálogo, convite, moldura, folder, cartaz, coquetel e mídia.

De acordo com, o edital faz parte do acordo feito com os artistas locais durante o #dialogaculturarr.

“Não colocamos o segmento de fotografia, pois ele é forte e temos pelo menos 10 fotógrafos que já tem inclusive empresa criada. Então vamos abrir o de fotografia em separado, o de cinema em separado e o de literatura em separado, pois para esses setores já tem pessoas jurídicas, e temos como trabalhar, o que não acontece por exemplo no lançamento de livros que são pessoas físicas. Agora teatro, fotografia, cinema, todos são pessoas jurídicas que podem ser acessos e esses serão jogados na emenda”

Mulinari também explicou que na área de dança será feito um edital apesar de ter sido integrado no festival Macunaima, pois os segmentos não podem ser fechados. “Os artistas não estão entendendo que quando abrimos um segmento não podemos fechar, o que podemos é deixar de fora, mas não quisemos pois não vamos deixar ninguém de fora. O que não entendem também é que todos os nossos editais passamos pela Proge e no nacional a Proge não deixa cercear o direito do brasileiro de participar dos editais, mas podemos fechar internacional e eu fechei”