Cotidiano

Governo decreta Dia da Consciência Negra como feriado estadual

Decisão levou em consideração a lei federal e o decreto da Prefeitura de Boa Vista, que instituía a suspensão das atividades na Capital

O Governo do Estado instituiu como feriado estadual o dia 20 de novembro, em alusão ao Dia da Consciência Negra e data do aniversário da morte do líder Zumbi dos Palmares, um dos principais símbolos da resistência negra à escravidão.

Conforme o Governo, o Decreto 24.346-E publicado no Diário Oficial do Estado no dia 10 de novembro, que institui feriado estadual, levou em consideração a Lei Federal 12.519/2011 e o Decreto Municipal 1.705/2016, que instituiu o feriado na Capital. “Nesse sentido, no dia 20 de novembro, as repartições públicas estarão sem expediente, sendo mantidos apenas os serviços essenciais nas unidades de saúde e segurança pública”, completou o Governo.

ZUMBI DOS PALMARES – De acordo com o Instituto da Mulher Negra Geledés, Zumbi dos Palmares morreu há 322 anos, no dia 20 de novembro de 1695. Líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi uniu uma comunidade livre formada por escravos fugitivos dos engenhos, índios e brancos pobres expulsos das fazendas e é considerado o principal representante da resistência negra contra a escravidão no Brasil Colonial e à liberdade de culto, religião e prática da cultura africana no país. (P.C)

Dia da Consciência Negra terá debates e exibição de documentários em Boa Vista e Amajari

Durante todo o mês de novembro, a Universidade Federal de Roraima (UFRR) promove eventos para debater questões relacionadas à negritude. O primeiro deles ocorreu no dia 14, em parceria com a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Roraima (Iphan).

Na próxima segunda-feira, 20, o grupo de trabalho Compartilhando Saberes: História, Ensino, Pesquisa e Extensão promove o evento “Compartilhando Saberes: ecos da escravidão” no auditório do Centro de Ciências Humanas (CCH/UFRR), a partir das 18h30. A programação consiste na exibição do videodocumentário “Ecos da Escravidão”, promovido pelo programa Caminhos da Reportagem, veiculado pela TV Brasil, seguido de debate com convidados.

Na quinta-feira, 23, a Coordenadoria de Cultura da instituição realiza o lançamento do álbum da cantora Ana Luiza, intitulado “Analu”, às 19h30 no auditório do Centro Amazônico de Fronteira (CAF). Ana Luiza, que é formanda do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRR, fará um show de estilo reggae, gênero musical desenvolvido originalmente na Jamaica do fim da década de 1960, sob influências africanas. O show terá ainda participações das bandas Paricarana, formada por alunos da UFRR, e Jamrock.

No dia seguinte, na sexta-feira, 24, o Colégio de Aplicação (CAp), desenvolve mais uma edição do projeto “Amazônia Negra: Saberes em Movimento”, que debate a pluralidade de assuntos e abordagens sobre o negro brasileiro desde 2014. No evento deste ano, o bate-papo debaterá sobre o sistema de cotas raciais nas instituições de ensino superior federal no próprio CAp às 17h.

No dia 25 de novembro, a partir das 8h, serão realizadas oficinas, jogos, exibição de filmes e mostra artística, além da abertura da exposição “Sementes de Assentamentos”, trabalho resultante da disciplina ministrada em 2015 na Escola de Belas Artes (UFMG) para alunos e artistas convidados.

AMAJARI – A partir de hoje, 17, acontece o “Encontro de Capoeira”, em Amajari, na região da Serra do Tepequém. O evento segue até segunda-feira, 20 de novembro, e contará com a participação dos mestres capoeiristas Jorge Nascimento e Toni Vargas.

Durante o encontro será exibido o filme documentário “Cruviana Camará”, uma representação visual da homenagem feita ao mestre Boca Rica por grupos de capoeira de Roraima. Segundo a coordenação do evento, o filme foi gravado no Tepequém e detalha a vida de Boca Rica, um importante capoeirista brasileiro. Além do mestre, o documentário também traz entrevistas com vários personagens que promovem a capoeira local. (P.C.)