Política

Governo prometeu infraestrutura de novo bairro, diz Faradilson

Papel da Federação das Associações dos Moradores de Roraima, segundo presidente, é adquirir a área

Em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, no domingo, dia 29, o presidente da Federação das Associações de Moradores de Roraima (Famer), Faradilson Mesquita, informou que o Governo do Estado se comprometeu em garantir a infraestrutura para um novo bairro, denominado Antônio Torres, que irá abrigar as 12 mil famílias associadas. Segundo ele, a instituição será responsável apenas pela compra da área e o Governo do Estado pela estruturação do local.

O presidente da Famer afirmou que a instituição visa contemplar com moradia aqueles que não conseguiram casas em programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, que segundo ele está defasado e não atende às necessidades da população de baixa renda. “Queremos beneficiar pessoas que realmente precisam de um terreno para construir a sua casa. Essa seleção foi feita por meio de coordenadores. Cada um selecionou 10 líderes e cada líder escolheu 10 famílias. Ninguém poderia entrar sem que tivesse uma referência ou do coordenador ou do líder”, explicou.

Ao entrar na Famer, todos recebem uma ficha. “Somos uma entidade séria. Todos que entram devem comprar uma camisa e também devem comprar uma cadeira para poderem se acomodar em nossas reuniões. Porém, esclarecemos na própria ficha de inscrição que isso não garante o direito a um terreno”, disse.

Ele lembrou que muitos criticam que os associados à Famer possuem carros e que não se encaixam no perfil de pessoas que necessitam de moradia popular. “Muitos dizem que quem tem carro e moto não precisa de um teto. Nós fomos marginalizados por isso. Uma coisa seria levantar esse argumento na década de 1990, que era difícil conseguir um carro, hoje é bem mais fácil. Qualquer um financia um carro, mas uma casa é mais difícil. A busca pela moradia é extremamente legítima. O maior sonho do brasileiro é a casa própria”, afirmou.

Mesquita frisou ainda que o trabalho desenvolvido pela Famer é sério e que a organização auxiliou a criação de diversos bairros em Boa Vista. “Ajudamos na regularização do Bela Vista, Pedra Pintada, Brigadeiro. Também sugerimos a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as irregularidades no Vila Jardim. Estamos tentando fazer esse mesmo trabalho com o bairro Antônio Torres”, detalhou.

BAIRRO ANTÔNIO TORRES – Mesquita lembrou que a Assembleia Legislativa de Roraima, por meio da Comissão dos Direitos Humanos, deu um parecer ao Governo do Estado recomendando a desapropriação de uma área para abrigar os membros da Famer. O poder Judiciário também notificou o Governo para providenciar uma área para abrigar os associados da Famer de forma provisória.

Conforme a ata da reunião da Comissão, criada pela administração estadual, responsável pela análise de demandas em razão de conflitos coletivos fundiários de ocupação de área pública, designada para tratar do assunto, o Governo do Estado se compromete, por meio do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima), em encontrar uma área para a alocação destas famílias. Porém, Mesquita afirmou, no programa Agenda da Semana, que a governadora Suely Campos se comprometeu em garantir a infraestrutura do local. “Na ocasião nos comprometemos a comprar uma área e o Governo se responsabilizou pela infraestrutura”, declarou.

OCUPAÇÕES ANTERIORES – No mês de abril deste ano, os associados da Famer ocuparam uma área que pertence a um haras no município do Cantá. Após 21 dias, eles deixaram o local devido a uma decisão judicial que determinava a reintegração de posse. Em seguida eles passaram a ocupar uma área pertencente ao Matadouro Frigorífico de Roraima (Mafir) no sentido sul da BR-174, em Boa Vista, de onde foram retirados. Hoje o grupo ocupa uma área na região do Urubuzinho, no Água Boa.

Quanto à área no município do Cantá, Mesquita informou que o proprietário assinou um documento se comprometendo a vender a área pela quantia de R$ 4,5 milhões, que segundo ele seriam pagos por meio de uma cota de R$ 250,00 de cada associado. “Ele assinou, mas se arrependeu alegando que as terras pertencem à empresa do filho e pediu uma reintegração de posse por ter se arrependido. Hoje estamos em uma área no Urubuzinho esperando os lotes definitivos”, explicou.