Cotidiano

Greve de funcionários dos Correios é suspensa em Roraima

Foi decretado pelo Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de Roraima (Sintect), após uma assembleia geral, nesta sexta-feira, dia 29, a suspensão da participação do Estado de Roraima na greve geral dos Correios, por tempo indeterminado.

Essa decisão foi tomada após a declaração feita pelo vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Emmanoel Pereira, que considerou a greve geral como abusiva por ter sido iniciada durante o processo de negociação coletiva com funcionários e sindicatos. Tornando assim, portanto, inválida.

O ministro declarou que “houve adesão à greve com a negociação ainda não encerrada, o que implica na abusividade. Se os trabalhadores de determinado segmento se encontram em greve e esta é considerada abusiva, simplesmente significa que não estão em greve”.

Ele afirmou que, neste caso, “cabe ao empregador adotar as providências que entender pertinentes, conforme a conveniência, partindo da premissa de que para tais trabalhadores não há greve, mas simplesmente ausência ao trabalho, desvinculada de qualquer movimento paredista”.

Segundo informações repassadas pela Assessoria de Comunicação dos Correios em Roraima, os dois dias de trabalho que os funcionários faltaram serão descontados do salário por serem sido qualificados como “falta injustificada”. Além disso, os Correios também irão descontar o repouso semanal remunerado de fins de semana e feriados, e vale-alimentação proporcional aos dias ausentados.

Conforme o membro da Diretoria do Sinstec, Antônio Rodrigues, apesar da greve ter sido suspensa, o sindicato está aguardando por uma liminar ou decisão judicial que derrube a decisão do TST de não reconhecer a paralisação. Tudo para que, assim, a greve possa continuar.

“Como a categoria é pequena aqui no Estado, e, como consequência, existe uma pressão mais forte em cima de nós, boa parte do sindicato ficou apreensiva em continuar a greve por enquanto. Em outros estados, que possuem mais representatividades dentro da categoria, a greve se mantém forte e estamos torcendo para que ela continue assim.”, comentou.

Sobre o TST, Rodrigues se mostrou contrário não apenas a afirmação de não reconhecer a greve geral, mas como também ao momento em que tal pronunciamento ocorreu. “No início da greve nacional, o Tribunal Superior do Trabalho a reconheceu e assim permitiu a realização. Por que eles não alegaram logo que a paralisação começou que ela era considerada abusiva?”, questionou.

REINVIDICAÇÕES – Mesmo com a pausa da greve, o Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de Roraima (Sintect), continua pedindo o acréscimo de 8% ao salário referente à inflação do período da data base, R$ 300,00 linear e mais os 10% nos benefícios de alimentação e refeição. (P.B)