Cotidiano

Grupo Anjos de Luz arrecada recursos para ampliação e reforma de sede

Associação Grupo de Mães Anjos de Luz atende cerca de 9 mil pessoas de todo o Estado e até de outros países

A Associação Grupo de Mães Anjos de Luz, voltada para atendimento de pessoas com deficiência, planeja arrecadar recursos para construção e reforma da unidade no próximo ano. A expectativa é construir novos quartos, banheiros adaptados, direção, consultório médico, sala de fisioterapia e de atendimento psicológico para ampliar a qualidade do serviço prestado aos mais de 9 mil membros cadastrados.

Para tanto, a presidente da Associação, Maria das Dores, promoveu o 1º Encontro de Amigos e Parceiros da ‘Anjos de Luz’ na tarde de ontem, 20, no auditório do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR). Na ocasião foi apresentado o projeto de reforma e ampliação da Casa de Apoio da entidade, localizada na Rua Soldado PM João Alves Brasil, bairro Caranã, nº 115, com o objetivo de angariar recursos e promover parcerias para revitalização da unidade. O projeto foi elaborado em parceria com a desembargadora Tânia Vasconcelos, presidente do TRE-RR.

A expectativa de Das Dores é que a reforma já comece no próximo ano. “Conseguindo o recurso, nós vamos construir o mais rápido possível. Queremos que a construção inicie logo e seja feita aos poucos. Quando forem construídos novos quartos, vamos nos mudar para lá e começar a reforma da parte que já existe, para não pararmos os trabalhos”, informou.

A presidente da Associação ressaltou que os interessados podem entrar em contato para doar material de construção, quantias de dinheiro, roupas, móveis, o que for possível, bastando entrar em contato pelo telefone 99122-4796. “Para nós pode ser usado, pode ser novo, o que for, a gente recebe. A sobrevivência da unidade é através de doações dos parceiros, dos nossos colegas. Conseguimos fazer esse trabalho por conta deles”, disse.

O grupo estima que sejam gastos R$ 192 mil na compra do material de construção, sendo R$ 40 mil para a primeira das quatro etapas, e busca a parceria com empresários e empreiteiros que executem a obra de forma voluntária.

MAIS DE 9 MIL PESSOAS SÃO ATENDIDAS – Segundo a presidente, a Associação está pequena para atender a demanda, que é de cerca de 9 mil pessoas da Capital, de todos os municípios, vicinais, comunidades indígenas e até estrangeiros, oriundos da Guiana e Venezuela, contanto que sejam pessoas que necessitem de apoio para cuidar de crianças com deficiência.

“Aqui, a gente encaminha para o médico, para o INSS, para retirar os documentos, fazemos a orientação correta. Nós também temos 11 pessoas morando aqui, sendo cinco com deficiências, mas isso só acontece em caso extremo, de risco, de pessoas que sofreram violência, abusos, porque aqui é uma casa de passagem. Nós damos o máximo de orientação e auxílio até o momento em que as famílias retornam para suas casas”, explicou Maria das Dores.

Conforme a presidente, a ideia é ter melhores condições para dar a oportunidade de as pessoas com deficiência continuarem o tratamento. “Essa reforma para gente significa muito, é um sonho que a gente tem. Começamos com móveis tirados do lixo, tudo construído com muito sacrifício e hoje temos uma parceria com o Judiciário. Tudo o que batalhamos valeu à pena. Ver um lugar melhor, para as pessoas com deficiência, é de uma gratidão enorme”, pontuou.

PRÓXIMOS PASSOS – A ideia da Associação, com a unidade revitalizada, é formar parcerias com os acadêmicos dos cursos de Enfermagem, Medicina, Fisioterapia e Psicologia das instituições de ensino do Estado, que possam atuar como voluntários nas salas voltadas para atendimento médico dos usuários.

Outro plano, também em parceria com as instituições de ensino superior, é realizar pesquisas para identificar quais os tipos de deficiência mais comuns no Estado, para que os especialistas da área de saúde possam se especializar nos tratamentos e o poder público possa elaborar novas políticas de apoio.

HISTÓRICO – A Associação Grupo de Mães Anjos de Luz foi criada em 2008 por Maria das Dores e Ana Carolina, que tinham pessoas com deficiência em suas famílias. “Eu tive vários tipos de dificuldades quando a tive a minha filha Ester e me sentia muito culpada, mesma coisa a Ana Carolina. A gente se uniu e criou a Associação. O grupo ia ser informal, sem muito compromisso e, com um mês, nós estávamos atendendo 100 pessoas, sem saber o que fazer”, informou. “Quando a gente estabeleceu de fato a Associação, depois de cerca de seis meses, nós já tínhamos mais de mil pessoas cadastradas. Foi quando nós decidimos vestir a camisa e ajudar as outras pessoas que passaram pela mesma coisa que nós”, frisou. (P.C)