Polícia

Grupo é criado pela Polícia Civil para combater crime organizado

A Polícia Civil de Roraima (PCRR) anunciou a criação de um Grupo de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Graco), que deve atuar em cada delegacia da Capital com o objetivo de combater o crime organizado, em especial à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que domina os presídios do Estado. Segundo a Delegacia-Geral, o Grupo de Repressão foi criado para conduzir e auxiliar na condução das investigações policiais, cujas ações criminosas tenham indícios de participação ou autoria atribuída ao crime organizado.

Conforme o órgão, por meio de nota, o Graco está subordinado diretamente à Delegacia-Geral de Polícia Civil de Roraima e será composto exclusivamente por policiais civis de carreira do Estado. Informou ainda que, em virtude do caráter sigiloso de suas ações, não é possível prestar mais detalhes sobre a sua atuação.

A Folha apurou que o grupo deve atuar nas ilegalidades que ocorrem dentro do sistema prisional, com investigação sobre a entrada de celulares, drogas, armas brancas e de fogo, para saber como esses objetos entram nos presídios e se há facilitação de agentes públicos.

O Grupo de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Civil é semelhante ao criado em 2014 pelo Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), o Grupo de Atuação Especial de Combate a Organizações Criminosas (Gaeco), que tem como função básica o combate a organizações criminosas e se caracteriza pela atuação direta de promotores de justiça na prática de atos de investigação, direta ou em conjunto com os policiais e demais instituições afetas ao tema.

Investigação já apontou que 90% dos presos integram crime organizado

Foi o Grupo de Atuação Especial de Combate a Organizações Criminosas (Gaeco), que iniciou, ainda em 2014, uma investigação que apontou que 90% dos presos de Roraima têm envolvimento com o crime organizado.

As facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC), originária de São Paulo; Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro; e Família do Norte (FDN), do Amazonas, dominam os presídios do Estado.

Conforme o MP, dos cerca de 1,7 mil detentos do Sistema Prisional de Roraima, ao menos 1,4 mil têm ligações com facções criminosas, sendo 700 do PCC, 400 do CV e 300 do FDN. As investigações iniciaram em agosto de 2013 e, à época, apontaram que 100 presos faziam parte do crime organizado. Em três anos, o crescimento de integrantes de facções foi de 1.300%. (L.G.C)