Cotidiano

Implante nos seios pode facilitar diagnóstico de câncer de mama

Prótese de silicone é o sonho de muitas mulheres, que almejam se sentir mais a vontade com o próprio corpo, mas algumas ainda têm medo de encarar o procedimento

Mesmo com o avanço dos procedimentos médicos, ainda existem muitas mulheres com medo de enfrentar a mesa de cirurgia e realizar o sonho de implantar o silicone. Um dos principais mitos é relacionado ao câncer de mama, porém, especialista revela que a prótese pode até auxiliar no reconhecimento da doença em estágio inicial.

Segundo o cirurgião plástico, Antero Frisina, o silicone não dificulta as chances de verificar o câncer em estado inicial e nem aumenta as chances de a doença ocorrer. O médico afirma que o silicone pode inclusive facilitar o diagnóstico por meio do autoexame.

“Já está comprovado que a mulher que tem o silicone, por ter mais atenção com a mama e pelo silicone facilitar, melhora a condição de praticar o autoexame. Geralmente nos grupos de pacientes que têm silicone, o câncer de mama é diagnosticado precocemente com relação às pacientes que não têm”, revelou.

Com relação aos exames complementares, como a mamografia, o cirurgião plástico afirmou que o implante não impede que sejam feitos os exames de rotina, somente em casos de um procedimento feito de forma incorreta. “Hoje em dia, por conta do grande número de mulheres que têm silicone, o radiologista ou médico especialista que realiza os exames sabe lidar muito bem com essa questão, no exame de ultrassom e mamografia”, completou.

Conheça os mitos e verdades sobre o implante de silicone

Para facilitar a compreensão de quem tem dúvidas sobre o procedimento estético, Frisina elencou alguns dos principais mitos e verdades sobre o implante de silicone. Em primeiro lugar, a ideia de que o silicone vai deixar o seio firme, alto e duro. 

“Isso só ocorre com pacientes que têm pouca mama e colocam o silicone para aumento de volume. Para pacientes que precisam de outras atuações, como a cirurgia para levantamento da mama, isso não é verdade. Não é o silicone que vai deixar a mama dura. Depende muito da flacidez da pele”, apontou.

A dúvida de que o implante de silicone impede a amamentação também foi descartada, porém o médico ressalta que existem casos em que isso possa ocorrer, dependendo da técnica e da via do processo. “Na grande maioria das vezes, o comum é que não haja nenhum problema com a amamentação, principalmente na técnica mais frequente usada”, acrescentou.

No caso da sensibilidade, o médico afirma ainda que o seio pode perder sensibilidade, mas não é esperado. “É considerada uma exceção. O esperado é não ter e quando tem que seja de forma passageira. Seria considerada uma complicação”, disse.

Por fim, outro grande mito é a questão da necessidade de troca de prótese. Antigamente, costumava se dizer que os implantes precisavam ser trocados a cada dez anos, porém a realidade mudou. “Hoje, com as próteses modernas vendidas no mercado nacional, não existe a necessidade de troca pelo tempo. Após 20 anos, pode acontecer de ter um desgaste natural, é esperado isso acontecer. Isso depende muito de paciente para paciente. Mas não existe obrigação de troca pelo tempo de cirurgia”, frisou.

Silicone recuperou autoestima de jovem mãe

A jovem Milayne Karol nunca pensou em passar pela cirurgia até depois da gestação do seu filho, quando a amamentação deixou seus seios diferentes um do outro. Na época, o seu desconforto era tão grande que evitava usar roupas coladas com decotes, biquínis ou mostrar muito o corpo.

Após pesquisar sobre o assunto, conseguiu realizar o procedimento em agosto do ano passado, quando investiu aproximadamente R$ 14 mil com consultas, exames e drenagem. Somente a cirurgia foi R$ 10 mil. Mesmo com o conhecimento prévio da cirurgia, o pós-operatório ainda foi diferente do que pensou. “Não foi como imaginava, pensava que seria algo mais simples. A principal dificuldade foi na hora de dormir. Os cinco primeiros dias eu só podia dormir de um jeito, só em uma posição. Era de barriga para cima e doía tudo, as costas. Amanhecia dolorida todos os dias”, afirmou.

Apesar da dificuldade sofrida, a jovem releva que todas as dores valeram a pena. “Hoje em dia eu me sinto bem melhor com o meu corpo, uso todo tipo de roupa e me acho bem. Hoje em dia a minha autoestima está lá em cima”, acrescentou.

Mylaine tem ciência de que muitas meninas sonham em ter prótese de silicone nos seios, por isso ressalta que a recomendação principal é pensar bem antes de tomar uma decisão. Afinal, o implante de silicone é um procedimento cirúrgico e, por mais simples que possa parecer, ainda tem risco. “Tem internação em hospital, anestesia, remédios envolvidos, enfim. O primeiro conselho é procurar um bom médico que passe exames para você saber se pode passar por esse procedimento e tire as suas dúvidas”, afirmou.

Antero Frisina sugere que a pessoa procure um cirurgião plástico habilitado com a liberação para atuar dentro do país, para responder as suas perguntas. “O implante de silicone é um procedimento que é totalmente individual, depende de cada pessoa, da consistência, do tamanho da mama, se já amamentou ou se precisa de alguma outra cirurgia”, ressaltou o médico. (P.C.)