Cotidiano

Indígenas pedem ajuda para terminar construção de escola

Obra foi iniciada em 2013 com recursos dos próprios moradores. Requerimentos já foram enviados à Seed sobre o caso, mas não houve resposta

Indígenas das Comunidades Komini, Saúba e Sabiá, no município de Amajari, região norte do Estado, denunciaram o descaso do Governo do Estado em relação à construção de uma escola naquela comunidade. Mesmo sem um posicionamento do Estado à época, os indígenas iniciaram a obra em 2013 utilizando recursos da própria comunidade. No entanto, a escola ainda não foi concluída e, para tanto, os indígenas pedem ajuda de autoridades para concluir a construção.

No final de 2014, a Folha produziu uma matéria apresentando as condições do barracão onde as crianças têm aula. O local chegou a ser oficializado no Diário Oficial como Escola Estadual Indígena Komini, mesmo sem ter banheiro e água potável para os alunos. O representante da etnia Xiriana, que faz parte da comunidade Komini, Pedro Barbosa, explicou que a obra não foi finalizada por conta das dificuldades no trajeto, transporte dos materiais e recursos financeiros.

Para chegar à comunidade, os meios disponíveis são avião e barco. Segundo Barbosa, apesar de a viagem de avião durar cerca de uma hora, o frete para o transporte custa mais de mil reais e a carga disponível é de no máximo 500 quilos. Por sua vez, a viagem de barco contempla trajetos com cachoeiras perigosas, que dura de três a quatro dias. “Muitos materiais foram perdidos no início da obra”, disse.

Durante os últimos quatro anos, Barbosa ressaltou que diversos requerimentos solicitando ajuda de material, dinheiro para os pedreiros e transporte foram enviados à Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed), mas até o momento não houve resposta. Ele ressaltou que, desde 2013, os únicos apoios recebidos foram da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Os interessados em ajudar a comunidade podem entrar em contato com o representante Pedro Barbosa nos números (95) 99119-9031 e 98105-2970.

OUTRO LADO – Em nota, a Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) informou que a escola está na relação das unidades que serão reformadas e a solicitação está em tramitação. “A Secretaria de Educação está ciente e tem conhecimento da situação das escolas das regiões indígenas. Possui 380 escolas na rede estadual, das quais 257 são indígenas, sendo grande parte localizada em região de difícil acesso e, em outras, é necessário autorização das lideranças das comunidades para que as equipes da secretaria possam chegar até lá. O esforço é muito grande para atender aos 15.188 alunos indígenas com escola confortável, merenda de qualidade, transporte escolar e material didático”, afirmou. (A.G.G)