Saúde e Bem-estar

Instituição propõe alternativas para conter sarampo em Roraima

A Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou nota direcionada ao Ministério da Saúde sobre ações que serão cobradas pela instituição.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com a sua filiada de Roraima, divulgou uma nota na qual enfatiza cobranças ao Ministério da Saúde (MS) e o Governo Federal para conter o avanço do sarampo no município de Boa Vista (RR) sejam implementadas com máxima urgência. O documento foi emitido nesta sexta-feira, 16.

No documento, a SBP solicita ao MS a intensificação da busca ativa de casos, análise retrospectiva de prontuários e atendimentos de urgência na rede para possível detecção de casos suspeitos, e identificação de contatos de casos suspeitos e confirmados.

Além disso, pede ainda a capacitação de profissionais da saúde para identificação rápida de casos suspeitos, fortalecimento da rede laboratorial para pronto diagnóstico, assistência adequada a todos os casos e plano de vacinação para a população de Roraima, com um público-alvo de 400 mil pessoas de 6 meses a 49 anos de idade.

“Casos de sarampo vêm sendo reportados em todo o mundo, principalmente na Europa e África. Levando em consideração que os deslocamentos populacionais são frequentes e intensos, a partir da ação do Ministério da Saúde, a SBP espera que a circulação do vírus do sarampo no Brasil seja interrompida brevemente, evitando a ocorrência de novos casos e a disseminação da doença em nosso território”, enfatiza a presidente da instituição, dra. Luciana Silva.

CASOS – De acordo com a última atualização da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), existem 74 casos de sarampo em Roraima notificados. Dos quais 18 já foram confirmados, incluindo o de uma menina de quatro anos que veio à óbito no início de março.

Em 2017, quatro países do continente Americano registraram casos de sarampo: Argentina, Canadá, Estados Unidos e a Venezuela. Em 2018, apenas nos três primeiros meses, já foram confirmados casos em oito países: Antígua e Barbuda (um caso), Brasil (oito casos), Canadá (três casos), Guatemala (um caso), México (um caso), Peru (um caso), Estados Unidos (11 casos) e Venezuela (159).

No Brasil, os últimos registros de sarampo haviam ocorrido entre 2013 e 2015, concentrados nos Estados de Ceará e Pernambuco. No período, foi realizada uma campanha de vacinação que resultou no controle da doença. Ao final do processo, o Brasil recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, o certificado de eliminação da circulação do vírus, declarando a região das Américas livre da doença.

O presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP, dr. Renato Kfouri, explica que o sarampo é uma doença altamente transmissível e não raramente evolui com complicações, podendo inclusive levar ao óbito, especialmente crianças desnutridas e menores de um ano de idade.