Política

Integrantes da Famer sairão de área pública

A governadora Suely Campos recebeu na tarde de ontem, 28, no Palácio Senador Hélio Campos, membros da diretoria da Federação das Associações de Moradores de Roraima (Famer), para tratar do fim da ocupação da área próxima ao Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima (Mafirr), na BR-174 sul.

Representante de 12 mil famílias que não teriam moradia própria, o presidente da Famer, Faradilson Mesquita, apresentou à governadora Suely Campos um projeto para a viabilização de um novo bairro, com recursos próprios da entidade. De acordo com a Famer, a área já foi adquirida. Cada família pagará R$ 250 para a regularização dos lotes.

Por sua vez, a entidade solicitou do governo apoio para viabilizar a infraestrutura no local. Suely Campos se mostrou sensível ao pleito e determinou o início imediato de estudos dos projetos necessários. “Nós reconhecemos o déficit habitacional em nosso Estado e estamos trabalhando constantemente para diminuí-lo. Por isso determinei aos secretários que façam os estudos necessários, obedecendo aos trâmites legais que a situação requer, para que essas famílias possam ter acesso aos terrenos de forma digna, com a infraestrutura necessária, com apoio do governo, caso a área venha a ser reconhecida como de interesse social”, explicou.

A área de mil hectares fica no município do Cantá e, segundo o presidente da Famer, contemplará 15 mil lotes, que serão destinados a famílias de baixa renda previamente cadastradas pela entidade, que atendam a critérios pré-estabelecidos. “A governadora Suely Campos pôs fim ao maior conflito urbano da história de Roraima. Lideramos esse movimento em busca de moraria, inclusive com recomendação da Justiça para acomodação dessas pessoas. Inicialmente essa recomendação foi direcionada à Prefeitura de Boa Vista, que não acatou a decisão”, assegurou Mesquita.

De acordo com o presidente da Famer, a partir da negativa da Prefeitura de Boa Vista, a entidade ampliou o debate legal em busca de alternativas. E a alternativa proposta veio do governo do Estado. “A governadora Suely iniciou a pacificação do processo de negociação e agora as famílias poderão deixar a área ocupada, em harmonia, encontrando uma alternativa para dar dignidade a esses brasileiros”, garantiu.

LEGALIDADE – A Famer será responsável pela aquisição da área, que, de acordo com a própria entidade, já foi analisada pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Roraima, recebendo parecer unânime recomendando ao Executivo a criação do novo bairro, que receberá o nome de Antônio Torres, tendo também decisão favorável da Justiça Estadual para a desapropriação da área. “Para isso foi criada uma comissão, com participação de representantes do Iteraima, Codesaima, Proge, Conselho das Cidades, Gabinete Civil, que realizou um estudo minucioso para que se pudesse chegar a esse momento com respaldo legal”, informou Faradilson Mesquita.

Ainda segundo a Famer, os critérios estabelecidos pela entidade para as famílias cadastradas são de que sejam de baixa renda, não possuam imóveis e que não tenham envolvimento com a criminalidade.