Polícia

Internos do CSE tentam matar adolescente de facção rival

Quatro internos são suspeitos da tentativa de homicídio; Eles foram encaminhados à Central de Flagrantes

Agentes do Centro Socioeducativo Homero de Souza Cruz Filho (CSE) impediram que dois menores fossem mortos na noite da terça-feira, dia 9. O caso ocorreu em horário próximo às 21h20, quando uma gritaria foi ouvida no Bloco I da unidade de internação de adolescentes em conflito com a lei. A motivação do crime, segundo os infratores, é o fato de as vítimas serem integrantes de facção rival.

Um dos sócio-orientadores fazia ronda pelo bloco e foi o primeiro a atender a ocorrência. Ele olhou pela janela do Q3 [quarto] e viu que vários adolescentes estavam agredindo outro menor, momento em que o agente chamou o reforço, que correu em direção ao bloco.

Assim que abriram o dormitório, perceberam que um dos adolescentes estava no chão, bastante ensanguentado, com várias perfurações nas costas e na cabeça. Quando os agentes deram ordem para que os infratores se afastassem, alguns tentaram reagir e tiveram que ser imobilizados. Policiais militares que ficam em regime de plantão no CSE também deram apoio à ocorrência.

Uma revista foi iniciada dentro do dormitório para saber onde estava a barra de ferro usada para ferir o adolescente, mas os agressores disseram que haviam jogado pela janela. Ao realizar buscas nas proximidades da janela, foi encontrado um pedaço de ferro pontiagudo, com uma das pontas envolvidas com tecido, para facilitar o manuseio.

Questionados sobre o motivo da tentativa de homicídio, os menores afirmaram que se deu porque a vítima faz parte de uma organização criminosa rival. Os agentes relataram que, quando o adolescente chegou ao CSE, omitiu que pertencia ao crime organizado.

Uma viatura da Polícia Militar fez a condução dos quatro autores do delito até a Central de Flagrantes do 5o DP, a fim de que a autoridade policial tomasse conhecimento do fato e aplicasse as medidas legais. Depois da oitiva, o delegado plantonista considerou a gravidade do caso e lavrou o Auto de Apreensão em Flagrante por Ato Infracional (AAFAI), por tentativa de homicídio. Todos os indivíduos foram levados novamente ao Centro, onde ficarão à disposição da Justiça especializada.

Já os feridos receberam os primeiros socorros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Durante o atendimento, o médico disse que não seria necessário levá-los ao hospital. As vítimas foram separadas de seus agressores. Os agentes socioeducadores afirmaram à reportagem da Folha que o clima continua sendo de tensão e que atualmente os menores estão separados por blocos, para evitar confrontos, principalmente porque alguns se declaram membros de facção. (J.B)