Polícia

Internos rebelam-se no CSE e ameaçam agentes de segurança

O Centro Socioeducativo (CSE), localizado no Bom Intento, zona Rural de Boa Vista, teve que ser invadido por tropas policiais, no domingo, quando adolescentes infratores, com idades de 16 e 17 anos, fizeram um motim, que começou pela manhã e terminou à tarde. Eles passaram a bater nas grades das celas com pedaços de ferro e tentaram abrir um buraco na parede para sair do cômodo onde estavam trancados, mas foram impedidos pelos agentes e pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) e Choque da Polícia Militar.

Um dos sócioeducadores, que participaram da contenção dos internos, relatou à Folha que a confusão foi iniciada por volta das 9h, quando o grupo começou a gritar, afirmando que queriam participar de um culto evangélico no local, porém o evento religioso era destinado apenas para os internos do bloco A1. Somente depois os internos do bloco A2 participariam, tendo em vista que os internos do bloco 1 intitulam-se como integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), enquanto os do bloco 2 dizem pertencer à facção do Comando Vermelho (CV).

Como o pedido foi negado, os infratores fizeram ameaças aos agentes, afirmando que cortariam a cabeça do coordenador do plantão dos socioeducadores. O diretor da unidade foi informado sobre os fatos e entrou em contato com a PM para que entrassem no prédio a fim de acalmar os ânimos. Quando um dos policiais chegou para conversar com os adolescentes, alguns objetos foram lançados contra o seu rosto.

O PM pediu apoio do Bope e do Choque, que entraram no CSE juntamente com o diretor. Depois de uma conversa, a direção disse que resolveria o caso nesta segunda-feira, 16. Por volta das 13h, os agentes ouviram um barulho vindo da cela dos rebelados, momento em que evidenciaram que eles estavam quebrando a parede com um pedaço de ferro retirado da janela.

Como estava acontecendo visitas no bloco B, os militares não puderam agir. Depois que os familiares saíram do prédio, o Batalhão de Choque e os homens do Bope tiveram que intervir novamente e conduziram os menores à Central de Flagrantes do 5o Distrito Policial por estarem praticando o crime de dano ao patrimônio público e ameaça de morte aos agentes socioeducadores e aos policiais militares. Enquanto eram conduzidos, os adolescentes disseram que sabem onde os policiais e agentes moram e que iriam matá-los.

O caso chegou ao conhecimento da delegada de plantão que, após ouvir os depoimentos da vítima e ter acesso ao relatório dos agentes contando os fatos, decidiu elaborar o Boletim de Ocorrência Circunstanciado (BOC). Depois que os infratores assinaram o documento, foram liberados para serem encaminhados ao CSE. (J.B)