Cotidiano

Jovens ainda frequentam bibliotecas

Cerca de 30 bibliotecas abertas à comunidade funcionam em Roraima, sendo a maioria na capital

Hoje em dia, quando alguém deseja realizar uma pesquisa de um conhecimento geral, a forma mais fácil de sanar as dúvidas é alcançar o telefone no bolso e utilizar a internet. Mesmo assim, muitas pessoas ainda recorrem às bibliotecas para fazer pesquisas ou estudar. Em Roraima, são 30 bibliotecas de acesso livre à comunidade, levando em consideração os espaços públicos e privados.

Para o jovem Gabriel Auzier, de 21 anos, a escolha de uma biblioteca para estudar é um passatempo que tem desde criança, já que sempre gostou de ler. Mesmo em uma sexta-feira a tarde, em tempos de Copa do Mundo, preferiu passar seu tempo livre na Biblioteca Delta do Carmo Golveia Coelho, localizada no Palácio da Cultura Nenê Macaggi, para ler títulos autobiográficos ou de poesia.

“A sociedade jovem em geral tem muito conhecimento da cultura da atualidade. Eu procuro ler histórias de cantores da antiguidade, como o Cartola, para enriquecer o meu conhecimento. Tem pessoas que eu sei que utilizam muito para estudos acadêmicos, pois os livros custam uma fortuna”, afirmou.

Gabriel disse ainda que a leitura é enriquecedora de muitas formas, principalmente, no vocabulário. “Hoje em dia a gente não conhece mais o ‘muito bom’. É só ‘top’. Então, o livro te dá esses novos vocabulários mais formais”, completou.

A venezuelana Bárbara Ribas, de 23 anos, é jornalista e chegou ao Brasil há três meses. Ela afirmou que tem lido livros em português justamente para facilitar a adaptação ao idioma, e assim que tiver mais preparada, buscará uma vaga na sua área. Hoje em dia, Bárbara tem trabalhado somente como doméstica.

“Costumo vir aqui ao menos uma vez por semana, para ler um pouco. Acabei de sair do trabalho e vim aqui, no meu tempo livre, para ler antes de seguir para casa. Já consegui terminar dois livros completos em português e isso já me ajudou muito a compreender melhor as palavras”, comemorou.

Instituições de Ensino Superior dispõem de bibliotecas próprias

De acordo com a Secretaria Estadual de Cultura (Secult), existem 15 bibliotecas públicas municipais no Estado, sendo que todas as unidades fazem parte do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. Porém, o Governo ressalta que somente a biblioteca pública Delta do Carmo Golveia Coelho, localizada no Palácio da Cultura Nenê Macaggi, está sob a coordenação do Estado. “As demais unidades são geridas pelos próprios municípios e devem seguir normas e regras para que sejam consideradas municipais, como por exemplo, ter sede própria”, explicou.

Na capital, a população boa-vistense conta com um espaço acessível para estudo e consultas em livros de forma gratuita na Biblioteca Municipal. O espaço está localizado na Avenida Ataíde Teive, nº 6564, bairro Doutor Silvio Leite. “O acervo contém mais de dez mil obras literárias e títulos didáticos. O prédio dispõe ainda de Espaço Infantil, com acervo de três mil livros infanto-juvenis e também de um espaço de informática, com acesso à internet gratuita”, afirmou a Prefeitura de Boa Vista.

INSTITUIÇÕES DE ENSINO – A Universidade Federal de Roraima (UFRR) dispõe de uma biblioteca central no campus Paricarana, uma escolar no Colégio de Aplicação e duas setoriais, uma no Centro de Ciências Agrárias (CCA) e outro no campus Murupu. A biblioteca central tem 132 mil livros disponíveis.

O Instituto Federal de Roraima (IFRR) informa que os cinco campi da instituição dispõem de biblioteca com espaço para atender a comunidade acadêmica e os visitantes. Os Campi Amajari (CAM), Boa Vista (CBV), Boa Vista Zona Oeste (CBVZO), Novo Paraíso (CNP) e Avançado Bonfim (CAB) formam o Sistema de Bibliotecas do IFRR (Sibi).

Em todas as unidades do IFRR encontra-se o sistema de gerenciamento da rede de bibliotecas “Pergamum”, que possibilita a renovação de empréstimo on-line e acesso ao catálogo do acervo. No CBV, CBVZO, CNP e CAM, também existe sistema antifurto interligado ao Pergamum.

No Campus Boa Vista, o mais antigo da instituição, há número maior de títulos no acervo: 31 mil exemplares no total, sendo que oito mil títulos estão disponíveis para consulta on-line. A unidade também dispõe de sala para acesso aos periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com foco nos alunos dos cursos superiores.

Segundo o IFRR, estão previstas, para este ano, reuniões entre a Pró-Reitoria de Ensino (Proen) e os bibliotecários dos campi para atualização do acervo. “O objetivo é trabalhar na atualização e ampliação do acervo, a exemplo do CBVZO, que está em planejamento para abertura de um novo curso, o primeiro de nível superior”, explicou a instituição.

No Centro Universitário Estácio da Amazônia existe uma unidade bibliotecária, com acervo de 6.322 títulos de livros com 47.749 exemplares. Segundo a Estácio, a biblioteca é construída e arquitetada para atender a demanda dos alunos, professores e colaboradores da instituição. “A administração da biblioteca é realizada por um bibliotecário formado e devidamente registrado no conselho regional da categoria”, frisou o Centro. (P.C.)

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