Cerca de seis famílias indígenas da etnia Yanomami estão vivendo há duas semanas à margem da BR-174, no bairro 13 de Setembro, zona Sul. Conforme noticiou a Folha, os indígenas estão sobrevivendo do que conseguem pegar em lixeiras e feiras-livres. Diante da condição precária, o Ministério Público Federal (MPF) decidiu abrir um procedimento preparatório para apurar o caso.
Os indígenas fazem parte da comunidade do Xenxen, localizada no Município de Caracaraí, a 155 quilômetros de Boa Vista, região Centro-Sul do Estado, e andaram dez dias até chegar à Capital. Apesar do tempo que estão na cidade, o MPF informou que, após ter tomado conhecimento dos índios, já providenciou um procedimento preparatório para apurar as demandas da comunidade, a situação no acampamento e os motivos que tenham causado o deslocamento.
Segundo o MPF, serão expedidos ofícios à Fundação Nacional do Índio (Funai) e ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) para verificar as providências adotadas pelos órgãos que tenham a finalidade de propiciar condições dignas aos indígenas em Boa Vista. No caso de ser identificado qualquer tipo de impasse, o MPF anunciou que vai utilizar todos os instrumentos extrajudiciais e judiciais disponíveis para solucionar a questão.
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A Secretaria do Índio (SEI) também se dirigiu aos indígenas para verificar a situação e abriu canal de diálogo com a organização dos Yanomami, a fim de encontrar melhor atenção às famílias. A Folha questionou a possibilidade de os índios serem encaminhados ao Centro de Referência ao Imigrante, localizado no Ginásio do Pintolândia, bairro Silvio Botelho, zona Oeste, mas o Governo do Estado informou que, para isso, o grupo de indígenas tem que ir por conta própria.
ALCOOLISMO – Outro problema que atinge os indígenas é o alcoolismo. Na semana passada, um grupo deles foi encontrado ferido, após terem consumido bebidas e brigado entre si. A Funai reforçou que os indígenas da região de Caracaraí sofrem com problemas alcoólicos em razão do recente contato com os não índios. (A.G.G)
