Política

Madeireiros pedem apoio para resolver problemas do setor

Uma das reivindicações é sobre a reposição florestal

Um grupo de 23 empresários do setor madeireiro pediu ajuda para a Assembleia Legislativa do Estado de Roraima (ALERR) para resolver questões que estão inviabilizando economicamente o segmento, o que poderá resultar na demissão direta de 2.500 pessoas.

O presidente da Femarh (Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), Gilberto Uemura, afirmou que até o dia 6 de dezembro o problema estará resolvido.

A sessão ordinária foi transformada em sessão geral para que todos os parlamentares ouvissem os madeireiros e juntos buscassem uma solução. O promotor de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado (MPRR), Luiz Carlos Leitão, também participou da discussão.

O pleito dos madeireiros é de 800 mil metros cúbicos, por ano, para exploração florestal, 500 mil a mais que o liberado atualmente pela Femarh, que chega a aproximadamente 300 mil cúbicos. Eles alegam que o quantitativo atual não atende à necessidade do setor.

“Viemos em busca de ajuda para que seja evitado um possível colapso de todas as empresas de base florestal. Não estamos conseguindo ter acesso à reposição florestal, embora uma única empresa de Roraima seja responsável pelo fomento da reposição. A FIT Manejo Florestal do Brasil (empresa responsável pelo reflorestamento) tem em sua pasta o equivalente a 1,5 milhões metros cúbicos de reposição, sendo que hoje transitamos dentro da Femarh apenas com aproximadamente 300 mil metros cúbicos, o que não atenderia a necessidade do setor”, disse o presidente do sindicato do setor madeireiro, Oneber Magalhães.

Ele alega que, além da burocracia e da legislação ambiental no Brasil, que é muito severa, o setor esbarra também na falta de estrutura da Femarh.

“Falta também estrutura para que os funcionários da Femarh trabalhem. Isso tudo leva a esse entrave. Tenho certeza que os funcionários merecem uma situação bem melhor”, afirmou, explicando que os servidores da Femarh estão trabalhando em “regime tartaruga”, numa queda de braço com Governo do Estado por conta da não aprovação do PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração).

Essa volumetria de 800 mil metros cúbicos, explicou Magalhães, é para atender de forma emergencial o setor, para que não feche as portas e demita 2.500 funcionários diretos.

“O setor madeireiro impulsiona o município de Rorainópolis com 70% do PIB [Produto Interno Bruto]. Temos 7.500 colaboradores indiretos e somos responsáveis, também, pelo primeiro lugar na balança comercial. Deixamos R$ 25 milhões em ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] no posto fiscal do Jundiá. Além disso, contribuímos com mais de 300 quilômetros de estradas para Governo do Estado a custo zero”, alegou Oneber Magalhães.

Gilberto Uemura disse que a instituição já estava tentando resolver esse impasse.

“A Fundação está trabalhando em cima do problema da reposição da FIT, um problema que já existe há cerca de oito anos. Já temos uma previsão de data e só estamos reforçando que vamos tentar cumprir essa data, para que possamos liberar, o mais tardar, até o final deste mês ou até dia 6 de dezembro. Agora não depende somente da Femarh, mas do município do Cantá aprovar a lei de uso de solo, porque a maioria dessas áreas de reposição é no município do Cantá”, afirmou.

Na reunião realizada ficou acertada a criação de uma comissão para resolver o problema emergencial. Nesta quarta-feira, às 16h, na Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier), será realizada a primeira reunião com os representantes do setor, técnicos da Femarh, MPRR e deputados.

Com informações da SupCom ALERR