Cotidiano

Mães de alunos reclamam de falta de transporte escolar em Amajari

Mães de alunos da Escola Estadual Francisco Pereira da Silva, no Município de Amajari, a cerca de 150 km da Capital, ao Norte do Estado, procuraram a Folha para reclamar da falta de transporte escolar naquela região. Conforme denunciaram, 18 estudantes têm passado por dificuldades para acompanhar as aulas devido ao problema.

Conforme Cleudirene Monteiro Trindade e Maria Oliveira Costa dos Santos, que representam os pais dos alunos, por conta das condições da estrada é difícil levar os filhos para a escola. “Quando dá, eles vão por meio de carona em motocicletas”, disse Maria. “No ano passado, os nossos filhos iam de moto, arriscando cair e se machucar. Eles já caíram várias vezes na estrada por causa dos buracos. Graças a Deus nunca foi nada grave”, complementou Cleudirene.

Ela disse que o problema é antigo e que os pais vêm tentando, ao longo dos anos, conseguir um transporte, mas nada é feito. “A gente está cobrando desde o ano passado e fazendo um apelo, pois a gente vai com os governantes e eles só prometem que vão enviar. A última informação era de que quarta-feira passada chegaria esse carro lá, mas até agora nada. A gente falou com o gestor da escola. Eles pedem, mandam ofício e a Secretaria Estadual de Educação está ciente do problema”, frisou Maria Oliveira.

“Antes a escola era do município e falavam para gente que não tinha recurso. Em abril do ano passado, a escola passou para o Estado e a gente achou que a situação iria melhorar, e nada”, prosseguiu Cleudirene.

Maria ressaltou que a maior preocupação é com o ensino dos filhos, principalmente dos alunos que estão no ensino médio, próximo de prestar o vestibular ou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em busca de uma formação profissional.

“Conversei com o professor e ele disse: ‘O que a gente vai poder fazer é algum trabalho para repor as aulas’. É muito complicado. Assim ninguém aprende nada, vão passar por cima de tudo e dar só o básico. Lá na frente isso vai prejudicar com certeza. É difícil para a gente, porque já somos esquecidos e moramos num projeto de assistência. O nosso futuro são os nossos filhos e eles só vão conseguir uma vida melhor pela educação”, frisou.

Outro problema levantado por Claudirene é a situação da infraestrutura da escola. “Duas coisas que são prioridade lá é a questão da infraestrutura e do transporte. No ano passado, o teto da escola caiu por cima de uma professora e até agora a escola continua do mesmo jeito. Tem uma parte que está isolada. A reforma é prioridade para a gente também”.

GOVERNO – Em nota, o Governo do Estado informou que está em tramitação o processo para disponibilizar transporte escolar para os alunos da Escola Francisco Pereira da Silva. “A unidade passou por mudanças (era estadual e passou a ser municipal e agora voltou a ser estadual), por isso não havia aditivo para este fim. A Seed está empenhada para concluir o processo o mais breve possível”, Informou.

Quanto à questão estrutural, afirmou que está em andamento, já na fase recursal de habilitação, quatro licitações: duas de pintura e duas de manutenção, sendo duas para Capital e duas para o interior. “Além disso, o governo vai investir mais de R$ 2 milhões na aquisição de materiais para pequenos reparos onde não houver necessidade de serviços mais complexos”, destacou. (P.C.)