Cotidiano

Maior parte dos casos em Roraima é registrada em heterossexuais

Dos 877 casos registrados, os homens compõem a maioria, com 569 registros, contra 308 mulheres

Dados apontam que a maioria dos casos de Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) em Roraima é formada por pessoas declaradas heterossexuais. Segundo o Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan Net) foram notificados 493 pessoas vivendo com Aids entre 2007 e 2013 no estado. Só no primeiro semestre deste ano, mais 22 casos da doença foram registrados.
Dos 877 casos registrados, os homens compõem a maioria, com 569 registros, contra 308 mulheres. De 2007 a 2013, foram registrados 200 casos de mortes por Aids. No estado, o acompanhamento das pessoas que são sorologicamente positivas para o HIV (Human Immunodeficiency Virus) e pessoas vivendo com Aids é realizado no Serviço Ambulatorial Especializado (SAE), que funciona nas dependências do hospital Coronel Mota, onde os pacientes são acolhidos por uma equipe de multiprofissionais em saúde, além de contar com toda Rede SUS/RR e Suas/RR.
Conforme informações do Núcleo de Controle Estadual de DST/HIV/Aids, a realidade de Roraima difere do Brasil. Enquanto os dados mostram que o público heterossexual é mais de 60%, em segundo está 217 pessoas que não quiseram se identificar, 74 consideradas homossexuais, 54 bissexual, os demais números fazem parte de outras categorias de exposição.
A função do Estado é trabalhar a prevenção e a promoção de saúde, visando à redução de casos positivos e que a melhor forma de prevenção continua sendo o uso do preservativo em todas as relações sexuais. Os produtos voltados para prevenção estão disponíveis em todas as unidades de Saúde, nos 15 municípios do estado, segundo informações da Sesau (Secretaria Estadual de Saúde).
Notificações de gestantes com o vírus aumentam
O índice de pessoas infectadas pelo vírus HIV continua na lista das áreas prioritárias do Ministério da Saúde, no que se refere a Política Nacional de Combate e Controle da Doença. Essa prioridade nas ações é sustentada pelo nível de infecção nas cidades brasileiras. Em Roraima, por exemplo, o número de notificações de gestantes infectadas pelo vírus HIV aumentou de cinco, no primeiro quadrimestre, para nove, no segundo quadrimestre deste ano.
Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), e mostram também que os registros predominam nas mulheres, entre 30 e 39 anos. Além disso, enquanto Boa Vista concentrou os cinco casos dos primeiros quatro meses de 2014, no segundo quadrimestre, os nove registros foram identificados nos municípios de Boa Vista (seis), Caroebe (um) e Normandia (dois). 
Conforme o gerente do Núcleo de Controle de DST/HIV/AIDS, George Ribeiro de Oliveira, o aumento no número de registros nos municípios é resultado do processo de descentralização da oferta do teste rápido. “Com a descentralização da oferta do teste rápido, iniciada em 2008, passou-se a ter a expectativa de aumento dos registros de notificações, uma vez que com a descentralização, o serviço passa a estar mais próximo da população e automaticamente a comunidade se interessa mais pela realização do exame, já que não vai precisar se deslocar à Boa Vista. Esse aumento das notificações é resultado desse trabalho e já era previsto”, esclareceu.
Paralelo à oferta do teste rápido para HIV nos 15 municípios, as campanhas educativas e de incentivo para a testagem têm contribuído para essa mudança de comportamento. “Antes, havia na sociedade uma resistência muito forte em relação a realização do teste. Hoje esse tabu já foi quebrado, ou seja, é cada vez maior o número de pessoas que busca pelos serviços, e nas mulheres essa conscientização é ainda maior”, complementou.
LEITE – Nos primeiros seis meses de vida ou por mais tempo, dependendo do caso, a Fórmula Láctea Infantil é dada ao bebê, que nasce na condição de reagente. A fórmula tem a composição similar ao leite materno, com todos os nutrientes do leite materno. Após o parto, a mãe passa a tomar o inibidor de lactação para não amamentar e o bebê recebe a fórmula láctea infantil. Essa medida é fundamental para alcançar o resultado negativo para o vírus, e o diagnóstico precoce é fundamental, pois aumenta consideravelmente as chances do bebê sair da condição de reagente. “Além disso, essa medida pode evitar também a transmissão vertical, da mãe para o bebê. Ainda há casos em que a mãe pode transmitir a doença ao bebê, porque não sabia que era soropositivo. Por isso, é importante que o teste seja feito nos primeiros três meses da gestação e se reagente, que essa gestante inicie imediatamente o tratamento no Serviço de Atendimento Especializado [SAE]”, finalizou Ribeiro.