Maioria da bancada de Roraima vota favorável a Michel Temer

Pela segunda vez, a bancada federal roraimense ajuda a empurrar para um futuro distante a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer (PMDB). Cinco deputados de Roraima o ajudaram desta vez a segurá-lo em sua cadeira, dois a menos do que na primeira votação. Votaram contra Temer a deputada federal Shéridan (PSDB), que agora compareceu à votação, e os deputados Abel Mesquita (Dem) e Carlos Andrade (PHS), todos se manifestando a favor do prosseguimento da denúncia.

Na votação da primeira denúncia, os parlamentares roraimenses renderam seis votos na defesa de Temer, dando sustentação ao relatório apresentado na ocasião pelo deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) na Comissão de Constituição e Justiça, recomendando que fosse negada a autorização solicitada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) destinada a julgar eventual abertura de processo contra Temer.

Ontem cinco deputados de Roraima respaldaram o relatório apresentado por outro colega, Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) junto à Comissão de Constituição de Justiça, escolhido a dedo pelo presidente Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). Assim como Abi-Ackel, o relatório de Andrada recomendou o arquivamento da denúncia por organização criminosa e obstrução à Justiça contra Temer e os ministros Moreira Franco, da Secretaria Geral e Eliseu Padilha, da Casa Civil, todos denunciados pela Procuradoria-Geral de Justiça.

O apoio dos roraimenses a Temer se mantém, apesar da má vontade explícita do Governo Federal para com Roraima, que continua sendo um Estado virtual, sem a posse das terras e com graves problemas energéticos. Temer se comprometeu pessoalmente com a bancada roraimense em resolver a questão do Linhão de Tucuruí, mas não honrou o que havia acertado, segundo reclamaram por diversas vezes os deputados.

Veja como votou a bancada roraimense

O primeiro a votar contra Temer foi o deputado Abel Mesquita (DEM). Na justificativa, ele disse que, como líder da bancada de Roraima, trazia o sentimento de indignação do povo roraimense que até hoje esperava pelo Linhão de Tucuruí. “Eu voto não senhor presidente”, disse.

Em seguida foi a vez do deputado Carlos Andrade (PHS), que também votou não ao relatório que favorecia Temer. Ele justificou seu voto afirmando que acredita que o presidente é como qualquer outro brasileiro e deveria ser investigado judicialmente. “Se for inocente como afirma, não tem razão para temer a investigação. Meu voto é o que os meus eleitores querem para o Brasil”, afirmou.

O deputado federal Édio Lopes (PR), que fechou questão contra denúncia, desde a primeira votação, disse que votava favorável a Temer. Hiran Gonçalves (PP) também votou favorável a Temer. Ele justificou o voto sim ao relatório favorável a Temer da seguinte maneira: “Para que se restaure este país o respeito aos poderes e a harmonia, eu voto sim”.

Jhonatan de Jesus (PRB), que também fechou questão a favor de Temer, disse que votava sim ao relatório justificando: “Pelo compromisso do Presidente da República em concluir o Linhão de Tucuruí, de entregar as terras ao Estado de Roraima e ao belo relatório de Andrade, eu voto sim”.

Contrariando a indicação de seu partido, Maria Helena Verenose (PSB) também votou a favor de Temer afirmando: “Pela economia do país que começa a apresentar sinais de recuperação, não seria bom uma mudança de governo nesse momento, portanto, meu voto é sim”.

Remídio Monai (PR), cujo partido fechou questão a favor de Temer, votou sim sem apresentar justificativa. A deputada federal Shéridan (PSDB) foi a última da bancada a votar e afirmou que tinha a obrigação de traduzir a voz e a vontade da sociedade brasileira. “Dessa forma, muito embora respeito o relator e o relatório, não há condição de votar favorável ao texto. Lamentando muito o momento que o Brasil vive hoje, sou contrária ao relatório”.