Cotidiano

Maioria das apreensões é feita em veículos que seguem para o Amazonas

Em um mês de parceria com a Agência de Defesa Agroflorestal do Amazonas (Adaf), a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) avaliou que a maioria das apreensões feitas no posto de fiscalização do Jundiá, no município de Rorainópolis, na divisa com o Amazonas, acontece em veículos que saem de Roraima em direção ao estado vizinho.

O diretor de Defesa Vegetal da Aderr, Luiz Estrella, atribuiu a ocorrência à relação umbilical que Roraima tem junto ao estado vizinho. Ele explicou que, de modo geral, as apreensões são corriqueiras e apresentam pouco material, em comparação com as ações feitas nas fronteiras com a Guiana e a Venezuela. Se 10 kg de manga são apreendidos no Jundiá em um dia, os fiscais do posto da Guiana, a exemplo, apreendem 50 kg. “Tem muito roraimense morando lá na Guiana. Sem contar que eles são apaixonados pela nossa manga”, disse.

Mesmo com as poucas apreensões até o momento, Estrella considerou que a parceria foi benéfica para o trabalho realizado no local. Para ele, a melhora é atribuída ao aumento no efetivo de agentes e o entrosamento no ambiente de trabalho. “O desempenho do trabalho melhora radicalmente quando você cria um ambiente favorável para as instituições participantes”, explicou.

O diretor pontuou que, de certa forma, a mudança gera uma disputa interna, porém saudável, uma vez que nenhuma das entidades quer ficar por baixo da outra. Além disso, ele explicou que, no serviço público, principalmente em locais mais isolados, uma turma pequena sempre tende a “quebrar o galho” uma para a outra, o que melhora a convivência.

Em relação às cargas, Estrella informou que a Adaf é responsável pelas cargas que saem de Roraima com destino ao Amazonas, enquanto a Aderr se preocupa com as que vão entrar em Roraima. Para o diretor, a divisão do trabalho facilita na obtenção de resultados, ainda que as apreensões sejam consideradas pequenas em um comparativo com as ações que acontecem nas fronteiras com a Guiana e a Venezuela.

O diretor afirmou que a experiência ímpar de ter duas Agências de Defesa trabalhando no mesmo local tende a ser positiva para os dois lados. Na esfera internacional, Estrella explicou que já existia essa relação entre Brasil e Argentina, nas fronteiras do Sul do País, e que a ideia de integração entre os dois estados foi baseada no trabalho entre os países do Mercosul. “O resultado vai ser positivo. O nosso pessoal não vai ficar sozinho e cada um faz o seu trabalho”, pontuou.

OBRAS – Mesmo com as obras de asfaltamento e recuperação do posto de fiscalização do Jundiá, Estrella destacou que os trabalhos não foram interrompidos. “Nosso pessoal trabalhou normalmente, apenas em condições improvisadas, já que o alojamento fica na área do pátio”, disse.

NOVA FISCALIZAÇÃO – Conforme divulgado pela Folha, desde o mês passado, a fiscalização na barreira do posto Jundiá ganhou reforços das Agências de Defesa Agropecuária de Roraima e de Defesa Agroflorestal do Amazonas. A ideia tem o objetivo de padronizar e unificar a fiscalização dos produtos de origem animal e vegetal em um só local, respeitando os interesses de cada estado. (A.G.G)