Política

Mais da metade dos jovens brasileiros se interessam por política

Pesquisa ouviu mais de 12 mil jovens de diferentes localidades do Brasil

Uma pesquisa feita pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) revelou que mais da metade dos jovens se interessam pelos rumos da política no país.

Realizada no período de 12 a 23 de setembro, o estudo entrevistou 12.438 jovens com idades entre 15 e 26 anos. Do total, 62,21% apontaram mais entusiasmo com o tema. Desses, 47,81%, ou seja, 5.946 votantes disseram.

Acho muito importante acompanhar”. Os outros 14,4% (1.791) afirmaram: “Gosto, mas evito comentar para não gerar conflitos”.

Para o analista de treinamento do Nube, Marcelo Cunha, o índice positivo mostra o interesse e a atuação da juventude no cenário político. “A maior parte está ativa, preocupada em acompanhar decisões capazes de definir o futuro. Outros, participam com um pouco mais de resistência, sobretudo pela dificuldade de debater pontos de vista diferentes”, explica. “Afinal, as constantes brigas em redes sociais, desgastes e quebras de relações são os maiores fatores responsáveis por essas desilusões”, conclui o especialista.

Para 19,73% (2.454) dos respondentes, “faltam líderes capazes”. No entanto, é importante ressaltar o fato de cada gestor ter suas capacidades. “Na realidade, se observa uma falta de sensibilidade para eleger as prioridades da sociedade e de investir bem os recursos em projetos voltados aos problemas sociais”, enfatiza Cunha. Assim, para ele, quando as propostas forem pensadas, planejadas e implementadas com o objetivo de atender a população, será possível vislumbrar um cenário melhor.

O demais votantes demonstraram desânimo com a administração atual do Brasil e, reforçaram os dados do Tribunal Superior Eleitoral, cuja soma de votos nulos, brancos e abstenções superou o primeiro ou segundo colocado na disputa para prefeito em 22 capitais. Também chamou atenção o fato de, até junho deste ano, só 40% dos jovens brasileiros, com idade entre 16 e 18 anos, terem se interessado pelo título de eleitor pela primeira vez. Esse índice representa uma queda de 9 pontos percentuais, quando comparado com o mesmo período de 2012.

Assim, 9,24% (1.149) revelaram: “não curto e nunca falo sobre o tema”. Diante dessa postura, é necessário relembrar como o fato de não falar sobre o governo possibilita um ou mais transtornos se alastrarem. “O diálogo, o debate, a busca e a troca de informações permitem a resolução de questões e a conquistas de alternativas consensuais”, garante o analista.

Por fim, 8,83% (1.098), alegaram: “estou desiludido e não acredito mais em ninguém”. Cunha adverte sobre esse tipo de posicionamento. “Embora a corrupção, falta de oportunidades e fracassos sociais gerem mal-estar, esse sentimento não deve acarretar em uma ação de entrega absoluta ou derrota por parte da população”, garantiu.

Vale lembrar que 55 cidades do país, sendo 18 capitais, terão segundo turno. Para o especialista, é fundamental o jovem se apropriar da política, entender como funciona esse recurso, encarregado de estabelecer os direitos e deveres em uma sociedade.

“Cada um deve assumir o encargo de procurar informações sobre a atual realidade governamental. É preciso estudar sobre o assunto e manter-se antenado sobre os fatos. Avaliar essas variáveis, proporcionará ao eleitor boas condições para decidir seu voto com consciência”, finalizou.

Com informações do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube)