Cotidiano

Mais de 4 mil indígenas foram atendidos em hospitais de Roraima

De acordo com a Sesau, 90% são da etnia Macuxi, vindos das regiões Norte e Nordeste do Estado

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) apontam que 4.180 indígenas foram atendidos em hospitais de Roraima somente em 2017, uma média de 340 pacientes por mês. Desse total, 90% são da etnia Macuxi, vindos das regiões norte e nordeste do Estado. Segundo a coordenadora de saúde indígena do HGR, Núbia Brício nas principais unidades hospitalares estaduais é ofertado a esses pacientes, apoio especial para a realização de um atendimento mais humanizado.

No Hospital Geral de Roraima (HGR), na Clínica Especializada Coronel Mota (CECM) e no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN), o auxilio é feito por suas respectivas coordenações de saúde indígenas, onde é feito acompanhamento, desde a entrada até a saída do paciente.

Núbia explica que foi feito um pedido de implantação de uma ala especial para um melhor atendimento a esses pacientes.

A Maternidade também recebe um grande número de pacientes indígenas, tanto de Roraima, quanto de três municípios do Amazonas, que fazem parte da Terra Indígena Waimiri-Atroari. Para suprir essa demanda, uma coordenação de saúde indígena funciona com plantonistas em todos os períodos, pronto para acompanha-las durante a internação.

Para dar mais conforto às pacientes, cada bloco conta com uma enfermaria com armadores, para aquelas que queiram dormir em redes durante a recuperação.

A diretora técnica do HMINSN, Márcia Monteiro, diz que há uma certa necessidade não só com mais interpretes, mas também uma capacitação em línguas indígenas, para a realização desses acompanhamentos. “Há pacientes dentro da maternidade que não falam português, o que acaba por dificultar essa assistência”, pontuou.

No CECM, 88 índigenas receberam atendimentos gerais no mês de janeiro e em fevereiro, o quantitativo subiu para 126. Desses, 27 pacientes indígenas foram em busca de atendimento ambulatorial no primeiro mês do ano, subindo para 40 no mês seguinte. Durante esses dois meses, 88 pessoas buscavam acompanhamento em radiologia.

VENEZUELANOS – Com o fluxo migratório, índios da Venezuela têm vindo a Roraima em busca de atendimento médico. Estima-se que, somente no HGR, são atendidos 120 índios venezuelanos por mês, atualmente.

INTERPRETE – A coordenadora cita o seletivo de interpretes indígenas, de 2017, onde foram contratados 14 interpretes para as unidades hospitalares. “Aqui no HGR, há um interprete Ingarikó no período da manhã, uma guianense interprete da língua Taurepang no período da tarde e um interprete Yekuana, prontos para auxiliar nesse processo”, ressalta Núbia.

O HMINSN também conta com um interprete nos períodos da manhã e da tarde, entretanto, por conta da demanda, esse apoio é reforçado, junto à coordenação, com servidores da unidade que já trabalharam em áreas indígenas. Também é feito pedido de interpretes na Casa de Saúde Indígena (Casai), quando necessário.

DIA DO ÍNDIO – Nesta quinta-feira, 19, ocorrerá um evento em alusão à data comemorativa, promovido pela Coordenação Geral de Atenção Básica (CGAB) e o Departamento de Atenção Básica, por meio do Núcleo de Ações de Programáticas de Saúde dos Povos Indígenas. A confraternização conta com parceria do Instituto INSIKIRAN, a Secretaria de Estado do Índio (SEI), DSEI/Leste-RR e DSEI/Yanomami.

Com início as 9 horas, no estacionamento da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), o evento terá manifestações culturais e amostra de medicamentos indígenas e fitoterápicos, além de comidas típicas.

*INFORMAÇÕES: Governo de Roraima.