Cotidiano

Maternidade suspende cirurgias eletivas

Sesau justifica que grande número de atendimento na maternidade provocou falta de remédios, de material médico-hospitalar e de leitos

As cirurgias eletivas, que são agendadas por não serem de urgência, estão suspensas desde ontem no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN). O motivo é a falta de insumos, medicamentos e até mesmo leitos para os pacientes. Somente operações de emergência continuam sendo feitas.

Uma paciente que pediu para não ser identificada, que iria retirar um mioma do seu útero, descobriu que não seria mais cirurgiada devido à falta até mesmo de remédios. O médico, que segundo ela fez o possível para atendê-la nesta semana, chegou a pedir para o seu marido comprar fio cirúrgico para tentar fazer a operação.

“Só me resta esperar, pois não tenho outra opção para fazer a cirurgia. Estou há seis meses em tratamento. Em fevereiro deste ano o mioma se agravou e fui parar na emergência com hemorragia. Já fiz os exames. A cada dia dói mais para me levantar, me sentar e fazer as necessidades. É terrível”, lamentou.

Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), a superlotação causou a suspensão das cirurgias não urgentes que seriam feitas nesta semana. A atenção se voltou para as operações de emergência (como os partos cesáreos), que também concentram todos os medicamentos e insumos disponíveis na maternidade. O objetivo é esvaziar os leitos ainda esta semana.

As cirurgias eletivas estão sendo reagendadas para a semana seguinte. Neste período chegará um novo carregamento de remédios e materiais hospitalares. Um mutirão de cirurgias será feito para normalizar a fila de espera. A maioria da demanda é para partos: em média, são 25 a 30 por dia, ou 800 por mês. “A superlotação na unidade é um problema crônico no Estado de Roraima e, pela primeira vez, o Governo do Estado está se mobilizando para resolver”, afirmou.

Sesau anuncia que vai instalar mais leitos na capital e no interior

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que, como o Centro de Referência da Saúde da Mulher (CRSM) mudará de endereço, o antigo prédio, que fica anexo à maternidade, será reformado para que 30 leitos possam ser utilizados. A reforma deverá ser entregue até o meio do ano e não prejudicará o atendimento atual. 

Informou também que nos próximos meses começarão as licitações para a construção de 30 salas para partos de baixo risco em vários municípios do interior. O Município de Rorainópolis, no Sul do Estado, será contemplado com uma maternidade com 30 leitos.

“Estes processos são demorados por conta de vários trâmites técnicos que devem ser seguidos, no entanto, a Sesau está reunindo todos os esforços para entregar estas obras o mais rápido possível. Estas ações não serão apenas uma solução imediata, mas vão fazer com que a saúde possa atender a estas mulheres de maneira cômoda e humanizada pelas próximas décadas”, frisou a Sesau. (NW)