Cotidiano

Mau cheiro de bueiros entupidos prejudica comércio e aulas

Comerciantes, pedestres e motoristas convivem há anos com um bueiro entupido na rua Ricardo Froés, por trás da Feira do Produtor, no bairro São Vicente. O problema traz transtornos à comunidade, principalmente para quem trabalha com vendas no local, pois os clientes evitam passar na via. Segundo comerciantes, foram realizadas várias solicitações à Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caerr), que até então não solucionou o problema.

A comerciante Luci Pinheiro reside e trabalha no local desde 2001. De acordo com ela, o rompimento do esgoto ocorreu em 2007 e, desde então, o problema nunca foi solucionado definitivamente. “Às vezes a Caerr vem consertar, porém dura um ou dois dias, então começa tudo de novo. A Vigilância Sanitária já foi acionada, mas nada foi feito. Se saísse do nosso terreno, rapidamente seríamos multados, mas as autoridades nada fazem em relação a isso”, disse.

De acordo com Luci, o que mais incomoda é o forte odor que é exalado na área. “Eu já fiquei doente aqui, sinto dores de cabeça, enjoo, mal-estar, e as pessoas deixam de passar porque sentem repugnância do local”, acrescentou. No local há água parada por toda a rua, o mau cheiro é forte, e os carros que passam espalham a sujeira por todo caminho, inclusive para dentro da Feira do Produtor.

Ali próximo, na Avenida Glaycon de Paiva, em frente ao Centro de Ciências, Tecnologia e Inovação (CCTI), a reportagem da Folha se deparou com outro bueiro rompido. Segundo informações de pessoas que trabalham no local, a água escorre pela avenida há duas semanas. Autoridades já foram acionadas, mas até o momento nada foi feito.

O assistente administrativo do CCTI, Giovane Marques, informou que a situação piora com a intensidade do sol. Com o aquecimento, os gases exalados pelo bueiro são sentidos a metros de distância. “O fedor entra no centro educacional, que tem crianças estudando lá dentro. Isso afetou as lanchonetes locais também, pois a freguesia diminuiu bastante. As pessoas não param para comer com esse mau cheiro”, explicou.

OUTRO LADO – A Caerr informou que tem conhecimento do problema e já está tomando todas as providências necessárias para solucionar o extravasamento. Por diversas vezes, a equipe de técnicos da Companhia realizou a desobstrução da rede, localizada na Av. Glaycon de Paiva, porém não obteve sucesso. Deste modo, será necessária uma ação mais complexa, de perfuração no asfalto, com aproximadamente sete metros de profundidade até a rede coletora. Com esta manobra, a equipe irá executar uma interligação de rede, solucionando o problema em definitivo.

A Companhia informou ainda que com a incidência das chuvas, ocorrências dessa natureza são corriqueiras, muitas delas em consequência do descarte incorreto de lixo doméstico (dejetos, etc.), além do desvio da água da chuva para dentro do sistema. A estrutura da rede não é dimensionada para esse fim. (K.M)