Polícia

Membros de facção são presos por tentativa de homicídio

Segundo Delegacia-Geral de Homicídios, a ordem para matar a vítima foi dada de dentro de um presídio da Capital

Mais uma tentativa de homicídio foi esclarecida pela Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) e quatro indivíduos, membros de uma organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios, foram presos, além de outros três terem sido indiciados por participação no crime. As investigações foram realizadas em parceria com as equipes do 5º Distrito Policial e do Grupo de Repressões às Ações Criminosas Organizadas (Graco).

De acordo com o delegado titular da DGH, Cristiano Camapum, a vítima da tentativa de homicídio foi a merendeira A.A.T., de 38 anos, conhecida por “Kadosh”, que foi baleada no pescoço na sexta-feira passada, dia 13, por volta das 4h, na região do loteamento Monte Cristo, zona Rural de Boa Vista.

Segundo a Polícia, Kadosh foi “julgada” pela própria facção criminosa da qual pertencia e condenada à morte por ter supostamente auxiliado um membro de uma facção rival, que seria executado por integrantes de sua facção.

“A ordem para matá-la foi efetuada de dentro de um presídio da Capital. A vítima foi sequestrada, mantida em cativeiro por cinco dias e torturada psicologicamente para confessar a traição, até ter a morte decretada por líderes da facção. Ela foi alvejada com um tiro no pescoço, mas escapou ao se fingir de morta, tendo conseguido fugir e buscar socorro”, detalhou Camapum.

O caso foi relatado à DGH que iniciou as investigações e identificou os envolvidos. Segundo Cristiano Camapum, os infratores foram reconhecidos pela vítima e autuados em flagrante, tendo em vista que ficou configurado o crime de organização criminosa que, por ser um crime permanente, permite a lavratura da prisão em flagrante.
“De fato foi comprovado o crime de organização criminosa com escritos e áudios apreendidos, bem como pela confissão dos infratores, e pelos crimes de sequestro e cárcere privado e de tentativa de homicídio qualificado. Desta forma, os infratores foram autuados neste caso em flagrante delito, devido às diligências ininterruptas, que autorizaram a lavratura do procedimento nessas circunstâncias”, observou o delegado.

O Auto de Prisão em Flagrante (APF) foi lavrado pela delegada plantonista do Graco, Magnólia Soares, na noite da segunda-feira, 16. Os envolvidos indiciados e presos em flagrante são: C.L. dos S.J., vulgo “Big Max”, responsável pela contenção da vítima e pelo cativeiro; L.P. da C., apelidada de “Soberana” ou “Pelegrina”, responsável pela tortura psicológica, cativeiro e execução da vítima; G.G.V., vulgo “Anjinha”, responsável pela tortura psicológica e cativeiro; A.M. da S.P., vulgo “Pimentel”, responsável pela tortura psicológica e cativeiro.

Ainda segundo o delegado Camapum, também foram indiciadas as seguintes pessoas: E.S. de O., vulgo “Bebezão” ou “Prioridade”, responsável pela tentativa de execução da vítima e autor do disparo; A. dos S.J., apelidado de “Barti”, responsável pela contenção e cativeiro; E.S. e S., vulgo “Cadu”, mandante e coordenador dos crimes.
Para Cristiano Camapum, a ação só foi concluída devido ao empenho dos investigadores que se envolveram ininterruptamente na apuração do caso, de modo que as investigações possibilitaram a autuação dos infratores em flagrante delito pelo crime de homicídio qualificado tentado, cárcere privado e organização criminosa. Os quatro presos em flagrante foram apresentados à Justiça na manhã de ontem, dia 17, em audiência de custódia. (J.B)