Cotidiano

Microempresários reclamam que são alvos de bandidos e pedem segurança

Donos de pequenos comércios dizem que nem procuram mais a Polícia Civil porque os casos de furtos e roubos nunca são solucionados

Os microempresários que trabalham nos bairros mais afastados do centro de Boa Vista relatam a falta de segurança em seus locais de trabalho diante do alto índice de furtos e assaltos sofridos por eles. A situação tem se agravado nos primeiros seis meses do ano.  Conforme o presidente da Federação das Micro e Pequenas Empresas de Roraima (Femicro), Félix Ferreira de França Neto, os crimes contra a categoria acontecem todo dia, com maior incidência no Distrito Industrial (zona sul) e bairros Raiar do sol, Nova Cidade, Silvio Botelho e Senador Hélio Campos, na zona oeste.

Eles afiram que atualmente trabalham com medo e sempre contando com a possibilidade de prejuízo, pois raramente a polícia recupera o que foi roubado, furtado ou consegue fazer a detenção dos bandidos. “Recebo diariamente pessoas aqui, na Federação, que foram vítimas da criminalidade e ficaram no prejuízo. A situação só piora a cada dia”, frisou o líder empresarial.

Segundo ele, o policiamento é pouco e não dá segurança, por isso o número de furtos e assaltos sofridos por microempresários em Boa Vista, neste primeiro semestre do ano, é alarmante: a cada 20 microempresas existentes, 14 são arrombadas e furtadas mais de uma vez por mês. A categoria é alvo da criminalidade por lidar diretamente com dinheiro e produtos novos para consumo. Muitos deles afirmam que já não procuram a delegacia porque em 98% dos casos é só perda de tempo, pois nada é resolvido.

“Somos visados pelos criminosos. Os furtos e roubos que sofremos este ano nos deixam em desespero. A cúpula da Segurança Pública tem que tomar conhecimento e tomar providência urgente. Muitos de nós não vamos mais à delegacia. Não adianta perdemos um dia todo de trabalho e nada se resolve”, enfatizou.

Um microempresário disse que teve sua loja de acessórios para motocicletas, furtada duas vezes só este ano, um prejuízo de aproximadamente R$ 9 mil. Ao pedir para não ser identificado, ele disse que fez o boletim de ocorrência por procedimento legal, mas com a convicção que não mudaria nada na questão de solucionar os roubos. “Foram dois furtos em seis meses. Foi muito dinheiro de prejuízo para quem está no começo do negócio. A situação é muito delicada e sem solução, as autoridades não se atentam para o problema”, comentou.

GOVERNO – A Polícia Civil informou, por meio de nota, que o atendimento em todas as delegacias é realizado “com toda dedicação, cordialidade e empenho para solucionar os casos que são registrados pela população”.

Frisou que, caso haja alguma reclamação específica sobre o atendimento, deve ser feita na Corregedoria-Geral de Polícia Civil para que as providências legais sejam tomadas, “tendo em vista que o compromisso da Polícia Civil é prestar um atendimento digno para toda a população roraimense, na busca de solução para os crimes que são registrados por meio dos Boletins de Ocorrências”. (E.S)