Cotidiano

Ministro libera R$ 2,5 mi para construção de salas provisórias

Objetivo é desafogar a demanda das escolas municipais, que estão atendendo cerca de duas mil crianças venezuelanas

Durante encontro realizado com gestores e técnicos estaduais e municipais de educação sobre o programa FNDE em Ação realizado na manhã de ontem, o ministro da Educação, Rossieli Soares, assinou termo de cooperação de assistência emergencial com a Prefeitura de Boa Vista para repasse de R$ 2,5 milhões.

O recurso será utilizado para a construção de 25 salas provisórias em containers com estrutura adequada para desafogar a grande demanda das escolas municipais, que atualmente atendem cerca de duas mil crianças venezuelanas. O município de Boa Vista também vai construir mais 25 salas, totalizando 50 com previsão de atendimento de 30 crianças por sala. “Nossa vinda a Roraima é para garantir este suporte e conceder a liberação de recursos para desafogar o sistema educacional do município decorrente da crise migratória”, destacou o ministro.

A prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB), afirmou que o suporte de recursos liberados pelo FNDE vai seguir um planejamento criterioso pelo município conforme a resposta imediata às demandas apresentadas decorrentes do intenso fluxo migratório de venezuelanos que a todo o momento chegam à capital.

“Levamos ao conhecimento do ministro todas as nossas demandas e esperamos que de forma rápida sejam atendidas. Com este suporte de recursos, vamos resolver o problema das salas lotadas com a abertura de novas vagas para as crianças venezuelanas e vamos realizar uma discussão detalhada apresentando todos estes pontos visando melhorar a educação no município”, detalhou.

BOLSA PERMANÊNCIA – Durante o encontro, o ministro anunciou a abertura de 2,5 mil novas vagas para o Programa Bolsa Permanência (PBP) para 2018 destinadas a estudantes indígenas e quilombolas. O evento, realizado pela primeira vez no estado de Roraima, contou com a participação de grande parte dos prefeitos do interior, vereadores, secretários municipais de educação, além do reitor da Universidade Federal de Roraima, Jefferson Fernandes do Nascimento, e outras autoridades.

A abertura das inscrições para a educação indígena e quilombola está prevista para a próxima segunda-feira, 18. O ministro destacou a importância para os estados do Norte, em especial para Roraima, que concentra muitos estudantes de várias etnias.

“O norte como um todo possui uma população indígena bem centralizada, que está matriculada em cursos de graduação presencial ofertados por instituições federais de ensino superior. Minha experiência como secretário de estado da Educação no Amazonas me possibilitou conhecer bem esta realidade e, por esta razão, defendo o tratamento diferenciado para as universidades do Norte, diferentemente de outras Regiões do Brasil.

Educação estadual está estrangulada, afirma vice-presidente do FNDE

Na avaliação do vice-presidente do FNDE, Rogério Fernando Lot, o estado de Roraima vive uma situação emergencial com um fluxo migratório que não estava previsto e todo sistema de educação está estrangulado e já começa a refletir esta realidade com a falta de vagas nas escolas e creches.

“Com esse volume de recursos, a ideia é facilitar e suprir essa necessidade emergencial e dar tempo de um planejamento em longo prazo para se idealizar uma saída para este problema. Tenho acompanhado que essa situação já está chegando a outros municípios e existe uma intenção de buscarmos em conjunto uma solução definitiva para que este impacto não prejudique a população residente nestas localidades”, afirmou.

Presidente da Associação dos Municípios busca desburocratização do FNDE

O presidente da Associação dos Municípios de Roraima (AMRR), o prefeito de Alto Alegre, Pedro Henrique Machado, afirmou que a vinda do ministro da Educação e da equipe técnica do FNDE e do MEC é oportuna pela oportunidade de apresentar as demandas dos municípios, principalmente na cobrança de demandas de forma global, as quais foram sintetizadas especialmente para este encontro.

“Estivemos reunidos com os prefeitos e itens como liberação de ônibus, construção de escolas e pendências que sofremos por conta de gestões anteriores no sistema do FNDE são nossas principais pautas. Hoje nossa luta é que os municípios sejam independentes e possam resolver suas pendências de forma diferenciada. O sistema do FNDE é um dos mais burocráticos do Ministério e precisamos descentralizar alguns itens para facilitar o acesso aos recursos”, pleiteou. (R.G)

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