Cotidiano

Moradores reclamam de falta de acesso e invasão no Centenário

Moradores do bairro Centenário, localizado na zona Oeste de Boa Vista, denunciaram à Folha o fechamento do que seria parte da Travessa Levina Alves, uma das principais vias de acesso e saída da localidade, no cruzamento com a Travessa Salomão Lima da Silva. Segundo eles, o fechamento desta rua limitou o acesso de veículos para sair do bairro, além de ser ilegal.  A Prefeitura informou que o local é uma propriedade particular, e não uma extensão da Travessa Levina Alves.

No local, está sendo construído um muro a mando de um empresário para a implantação de um condomínio fechado. Por conta da situação, os motoristas ficaram com apenas uma opção para trafegar no entorno.

 “Quando o motorista sai da Avenida Centenário já dá para ver. Estamos reclamando da falta de saída e entrada do bairro, porque estão fechando as ruas. Não temos  mais acesso no Centenário. Todo dia é isso: a noite o pessoal vai até o final querendo sair, mas não têm outro acesso”, reclamou a moradora Cristiane Justine.

O corretor de imóveis Emerson Monteiro, que mora no local, disse que o empresário que diz ser dono do terreno afirmou que não iria fechar a rua. “Aqui fica bem próximo a um hipermercado. Ele falou que não ia fechar, que só ia murar o terreno, mas não é isso que está acontecendo”, comentou.

Os moradores ameaçaram proibir o acesso de outros motoristas no local. “Vamos fechar aquela rua. Iremos tocar fogo nos pneus e nenhum carro vai passar mais. Fomos à prefeitura, que disse que é área particular, mas notamos que não é. No mapa da Prefeitura está dizendo que isso é uma rua e não podem fechar nossos acessos”, protestou Monteiro.

INVASÃO – Os moradores também denunciaram que, no final da Travessa Salomão Lima da Silva, duas famílias estão construindo casas em uma Área de Preservação Permanente (APP). No local há uma placa da Prefeitura informando que o terreno é institucional.

“Tem que tirar essas pessoas que estão construindo as casas como fizeram em outras invasões: não pagam energia porque são ‘gatos’; não pagam água porque estão puxando; e nós é que ficamos com o prejuízo”, afirmou o presidente da Associação de Moradores do Bairro, André Silva.

PREFEITURA – Em nota, a Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur) esclareceu que a denúncia referente ao fechamento de via não procede. “O local citado se trata de uma área particular, e não uma extensão da Travessa Levina Alves da Silva. O que ocorreu foi que virou costume da população usar o local como passagem, achando se tratar de via, quando na verdade não é”, explicou.

Com relação à invasão de área institucional e Área de Proteção Permanente (APP), afirmou que tanto a Emhur como a fiscalização da Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente encaminharam equipe até o local para vistoria. “Se comprovada à invasão, serão tomadas as medidas necessárias”, frisou. (L.G.C)