Polícia

Motorista confessa em depoimento que avançou sinal vermelho

Na manhã desta quarta-feira, dia 13, cinco dias após o acidente que matou duas pessoas em um semáforo, na madrugada de sexta-feira, dia 08, Kaik Alves Lima, de 24 anos, que dirigia o carro Ônix, prestou depoimento na Delegacia de Acidentes de Trânsito (DAT). Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que o veículo que ele conduzia avança o sinal vermelho e colide com a motocicleta. O acidente aconteceu no cruzamento das avenidas Terêncio Lima e Ene Garcez.

As imagens mostram que os veículos transitavam em alta velocidade e nem mesmo a desaceleração do vídeo mostra com nitidez o momento da colisão. Devido ao forte impacto, o piloto da motocicleta Kasinski Comet de 650 cilindradas, Romário de Souza Silva, 23 anos, morreu na hora, e Renato Bezerra de Oliveira, 22 anos, morreu momentos depois de ser levado ao Pronto Socorro Francisco Elesbão, no Hospital Geral de Roraima (HGR). Quatro pessoas ficaram feridas, incluindo a mulher de Romário, que ia na garupa da moto.

O delegado titular da DAT, Juraci Rocha, disse que o depoimento durou cerca de duas horas e meia. O motorista confessou ter bebido na tarde daquela mesma sexta-feira, mas que à noite não ingeriu bebida alcoólica. Ele também admitiu que avançou o sinal vermelho, mas alegou que estava em baixa velocidade, aproximadamente 50 km/h, e que antes de passar pelo cruzamento não viu nenhum outro veículo.

Quanto às informações de que o motorista tenha fugido do local do acidente, o delegado explicou que ele foi retirado para ser levado ao hospital para atendimento médico, tendo em vista que ele também estava ferido. Segundo Juraci, o jovem demonstrou arrependimento enquanto era ouvido e com semblante abatido.

O vídeo que mostra o exato momento da colisão foi enviado para a perícia a fim de que um laudo definitivo seja elaborado. “Precisamos de um documento que confirme o que está no vídeo”, afirmou o delegado.

Na terça-feira, o inquérito que vai investigar o acidente foi instaurado, com prazo de 30 dias para ser concluído. Quando perguntado o motivo pelo qual o motorista ainda não foi indiciado, Rocha declarou que o indiciamento pode acontecer no começo ou no fim das investigações. Neste caso, a polícia pretende juntar mais provas para saber se o indivíduo não cometeu outros crimes, além da imprudência que gerou a infração de trânsito. “Mas ele vai ser indiciado, disso não há dúvidas”, frisou.

O delegado adiantou que nesta quinta-feira, 14, vai ouvir os três sobreviventes, que não foram depor anteriormente porque o estado de saúde não permitia, inclusive a esposa do motociclista que esteve internada em observação no HGR até o começo da semana com fraturas nos braços e perna.

O jovem apresentou-se espontaneamente à polícia e estava na companhia de um advogado. Ele é filho de uma autoridade, por isso os parentes das vítimas afirmam que temem pela impunidade.  

O piloto da moto de alta cilindrada, Romário, morreu em consequência de um trauma torácico e do politraumatismo sofrido com a colisão. O passageiro do carro, Renato, que também morreu, sofreu hemorragia interna. (J.B)