Cotidiano

Novo posto da Vara da Infância e Juventude começa a funcionar na PF

Crianças e adolescentes que se encontram em situação de risco ou vulnerabilidade em Roraima já podem receber atendimento específico na Polícia Federal. Desde a segunda-feira, 31, a Divisão de Proteção da Vara da Infância e Juventude passou a contar com uma sala para realizar a triagem diária dos atendimentos. No entanto, apesar de já estar em funcionamento, nenhum atendimento foi realizado.

A chefe da Divisão de Proteção, Lorrane da Costa, afirmou que a demanda vai começar a ser repassada ao posto ainda esta semana, tendo em vista o ritmo de atendimento que já era realizado pelo órgão federal. “Não sabemos quantos atendimentos teremos, mas acreditamos que essa semana ainda isso deve começar a acontecer devido à alta demanda”, disse.

Conforme explicou a chefe da Divisão, o posto de atendimento foi implantado diante do cenário de imigração do Estado. Além dos problemas que passavam no Brasil, os imigrantes têm dificuldades no acesso à informação em razão da língua, o que os coloca em situação de vulnerabilidade. Por conta disso, os órgãos de proteção da infância planejaram o atendimento ao público em local de melhor acesso, principalmente de crianças e adolescentes.

Lorrane explicou que a Polícia Federal expôs a necessidade de obter mais informações para fazer as triagens das crianças que estavam em situação de risco, considerando que mais de 200 atendimentos são realizados diariamente junto aos imigrantes. “Então nos comprometemos a vir realizar os atendimentos, já que temos um posto na Rodoviária e no Aeroporto”, relatou.

Com o posto em funcionamento, a chefe ressaltou que as pessoas serão encaminhadas aos devidos órgãos pelo agente de proteção da Vara: os que precisam de documentos serão encaminhados à Defensoria Pública do Estado (DPE), por exemplo. Ela também citou a situação dos refugiados, tratados com hostilidade por parte da população, que acabam não procurando os órgãos envolvidos em cada caso.

CASOS – Mesmo sem nenhum atendimento realizado no posto, Lorrane informou já ter ciência de casos envolvendo crianças e adolescentes com histórico de abusos por parte de familiares. Ela pontuou que as vítimas vêm desacompanhadas ou sozinhas, por já terem perdido os pais no país de origem.

Outro caso frequente são as crianças e jovens desacompanhadas dos pais e adolescentes que vêm para o Brasil com o namorado para fugir da família. Ela explicou que no Brasil os relatos envolvem abuso sexual por parte do padrasto e outros familiares. “Na Vara, a gente já teve esse tipo de atendimento de adolescente. Fizemos o encaminhamento e as medidas de proteção”, finalizou. (A.G.G)