O trabalho de combate e prevenção ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya deve ser permanente, independentemente do número de casos. Como a chikungunya é uma doença nova, a tendência é ocorrer um aumento de casos. Por isso, a palavra de ordem é combate. No entanto, faltam profissionais para atender a crescente demanda da Capital.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e de Agentes de Endemias do Estado de Roraima (Sindacse-RR), Flaviney Almeida, há um ano, a Prefeitura de Boa Vista lançou edital de seleção para contratação de agentes de endemias, mas apenas 25 profissionais foram contratados, quando o número ideal seria 150 agentes a mais, o que tem preocupado a categoria quanto a eficiência do trabalho.
Conforme Almeida, atualmente a Capital dispõe de 163 agentes de endemias, porém, para suprir toda a necessidade existente, seriam necessários 300 agentes. “Hoje, é necessário no mínimo 300 agentes de saúde, dos quais 180 iriam trabalhar diretamente no campo e nas visitas domiciliares, enquanto os 120 restantes ficariam na parte administrativa e no corpo técnico da coordenação de endemias do município. Uns iriam para a zoonose, outros para o combate à dengue, zika, chikungunya e malária, outros para parte das ações no campo”, disse.
Almeida ainda completou dizendo que o número de visitas realizadas pelos 80 agentes em campo não satisfaz a meta preconizada pelo Ministério da Saúde. “A gente tem 163 agentes de endemias. Oitenta vão, fazem as visitas e os demais ficam na parte administrativa. É um número muito insignificante para fazer visitas, muito abaixo do quantitativo preconizado pelo Ministério da Saúde”, complementou.
METODOLOGIA – A principal crítica do sindicalista é em relação a metodologia adotada pela Secretária Municipal de Saúde (SEMSA), que vai contra a política pública recomendada pelo Ministério da Saúde para o combate ao Aedes aegypti. Segundo ele, o Ministério da Saúde recomenda que os municípios aumentem o número de profissionais em 44%.
A nova estratégia visa à ampliação das equipes para fortalecimento do enfrentamento ao mosquito no País. A capacidade de contratação passa de 62.154 para 89.708 profissionais em todo país. Com o novo limite, as prefeituras passarão a receber o auxílio da Assistência Financeira Complementar (AFC), conforme a portaria 535, publicada no Diário Oficial da União. O AFC é um auxílio financeiro, pago mensalmente pela pasta.
“Infelizmente em Boa Vista, a política pública adotada pela Secretária Municipal de Saúde está contrária à recomendação do Ministério da Saúde, que manda verba para ampliação do número de agentes de endemias nos municípios. A portaria 535 foi publicada, mas no nosso município a ação dela de fato e direito foi ignorada pela gestão atual”, complementou.
PREFEITURA – A Prefeitura de Boa Vista informou que já chamou o número de agentes de combate às endemias preconizado pelo Ministério da Saúde. “Nesse caso, a Prefeitura poderá chamar, eventualmente, os profissionais do cadastro de reserva caso haja necessidade e de acordo com as possibilidades orçamentárias”, afirmou. (E.S)