Cotidiano

Número de casos de sífilis congênita aumenta em Boa Vista e preocupa

Somente nos dois primeiros meses deste ano já foram diagnosticados sete casos da doença, contra 11 durante todo o ano de 2016

A sífilis congênita teve um aumento no número de casos na Capital.  A infecção é transmitida da gestante para a criança pela placenta e pode causar sequelas no recém-nascido, como cegueira, baixo peso, problemas no sistema neuromotor, prematuridade e até o aborto espontâneo.

Segundo dados repassados pela Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV), somente nos dois primeiros meses deste ano foram diagnosticados sete casos da doença. O número pode ser considerado alarmante quando comparado com 2016, onde foram registrados apenas 11 casos durante todo o ano.

Preocupados com a situação, o coordenador municipal de DST/Aids, Sebastião Diniz, explicou que a equipe da Prefeitura está intensificando as atuações nas unidades básicas de saúde, além de realizar oficinas com orientações para a população, para auxiliar no combate do aumento dos casos em Boa Vista.

“Nós estamos intensificando as atuações para a população específica que são as grávidas e seus parceiros. Nosso objetivo é diminuir a incidência da sífilis no acompanhamento do pré-natal, orientar da importância do acompanhamento dessa gestante, que precisa ser minunciosamente tratada”, informou o coordenador.

Segundo Diniz, a Prefeitura acredita que uma das principais causas para esse crescimento é o abandono do tratamento pelas grávidas que são diagnosticadas com a doença ou a falta de exames preventivos no início da gestação.

“Uma das questões que nos preocupa, profissionais da saúde, é a falta dessas pacientes nos grupos de orientação. É preciso identificar o quanto antes porque a sífilis tem tratamento e cura. Se as mulheres participarem com mais eficácia nesses grupos, elas estarão sendo acolhidas e orientadas. Nos primeiros três meses, já se iniciam as principais identificações de possíveis doenças sexualmente transmissíveis, dentre elas a questão da sífilis. É importante que elas não faltem nessa orientação dos grupos e nem do pré-natal, porque isso diminui de 50% a 80% de chance de transmissão para a criança”, disse Diniz.

Outro ponto levantado por Sebastião é a falta de entendimento de que a intervenção médica precisa ser feita não só pela mulher, mas também pelo seu parceiro, por conta do risco de uma nova infecção. “Nas nossas investigações, percebemos que nos nossos prontuários as mulheres diagnosticadas são tratadas e depois abandonam o tratamento. Na hora do nascimento, o teste é refeito e se percebe essa reinfecção por conta dos parceiros que não se tratam. Se o parceiro não for diagnosticado e tratado, essa gestante vai ter a reinfecção”, declarou o coordenador.  (P.C.)