Cotidiano

Número de jovens vítimas de homicídio cresceu 20% em RR

Índices são semelhantes ao de estados como Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte

O Atlas da Violência 2018, divulgado ontem, demonstrou um agravamento no número de mortes entre pessoas de 15 a 29 anos no país. No Brasil foram 33.590 jovens assassinados em 2016, sendo 94,6% do sexo masculino, o que representa um aumento de 7,4% em relação ao ano anterior.

Roraima foi um dos estados que apresentou um crescimento em torno de 20% no número de homicídios de 2015 para 2016, junto com o Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte. O Acre (84,8%) e o Amapá (41,2%) foram as unidades federativas com maior crescimento deste índice.

Avaliando por década, o percentual subiu 100% considerado que em 2006 foram registrados 46 vítimas na faixa etária entre 15 e 29 anos de idade, enquanto em 2016 ocorreram 92 mortes. O percentual de Roraima de homicídio de jovens por grupo de 100 mil é de 60,7. Um pouco abaixo da média nacional, que é de 65,5.

Dividindo somente para as vítimas do sexo masculino, os números aumentam drasticamente. A taxa no Estado sobe para 107,7 a cada 100 mil vítimas e o percentual no país é de 122,6.

NEGROS – De acordo com o Atlas, uma das principais demonstrações da desigualdade racial no Brasil é a forte concentração de homicídios na população negra. Conforme a pesquisa, as taxas em pessoas negras e pardas são quase duas vezes e meia maiores do que contra brancos, amarelos e indígenas.

Em Roraima, a variação de mortes subiu 113,2% de 2006 para 2016, quando o percentual de mortes de negros por 100 mil habitantes era de 21,7 e passou a ser de 46,2. A taxa de homicídios de não negros caiu 21,7% no mesmo período, considerando que em 2006 o percentual era de 48,9 a cada 100 mil habitantes e passou a ser 38,3 em 2016.

Roraima está entre os estados com maior índice de mortes por causas desconhecidas

Com relação às mortes com causas não determinadas, ou seja, quando os médicos legistas, gestores da saúde, policiais e peritos criminais, entre outros profissionais, não conseguem determinar a motivação do óbito, a proporção subiu 114,3% em Roraima.

Em 2006, foram 14 mortes por causa desconhecida e 30 delas em 2016, o que representa um percentual de 5,8 óbitos indeterminados a cada 100 mil habitantes. Roraima aparece como um dos estados com as maiores taxas de mortes por motivos desconhecidos, acompanhado da Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Espirito Santo, Rio Grande do Norte e São Paulo.

Avaliando com o total de mortes violentas, as vítimas que faleceram por causa indeterminada representam 6,3% dos crimes em 2016. A pesquisa alerta que é necessário determinar as causas das mortes, pois a ausência de informações pode ocultar uma taxa maior de agressões letais.

Avaliando o número de mortes causadas somente por armas de fogo em Roraima, no período de 2006 a 2016, o percentual subiu 89,5%. Há dez anos, foram 38 mortes por armas e 72 em 2016. No Brasil, a variação foi de 27,4%, já que em 2006 foram 34.921 mortes em todo o país e 44.475 em 2016. (P.C.)