Cotidiano

ONGs se alternam para resgatar animais em situação de abandono

Maior parte dos animais recolhidos para a eutanásia ou investigação de possíveis doenças pela Unidade de Vigilância de Zoonoses em Boa Vista (UVZ) acaba sendo adotado. Os dados foram divulgados pelo próprio centro, que afirma que a cada 12 animais dez acabam sendo tratados e colocados para adoção.

A captura ou recolhimento de animais soltos nas ruas só ocorre após avaliação dos técnicos da Unidade de Zoonoses do município, que vão indicar se esses animais trazem risco à saúde pública com a transmissão de agravos (agressões ou suspeita de doenças de fundo infectocontagioso), de acordo com a Portaria MS/GM nº 1.138, de 23 de maio de 2014.

Considerando a situação epidemiológica local e a saúde da população humana, deve ser recolhido (recolhimento seletivo) pela Prefeitura de Boa Vista o animal que apresentar risco iminente de transmissão de zoonose de relevância para a saúde pública, assim como o animal peçonhento ou venenoso de relevância para a saúde pública.

Segundo o Centro de Zoonose, os bairros de maior densidade populacional de animais em situação de risco são Senador Hélio Campos, Caimbé, Santa Tereza e Caranã, todos na zona oeste de Boa Vista.

Com isso, outros casos classificados como simples, como abandono e atropelamentos, acabam sobrecarregando as organizações não governamentais de proteção animal. O trabalho dessas instituições inicia com o resgate, passando pelo tratamento e, por fim, encaminhando para adoção. Atualmente existem cerca de cinco instituições não governamentais que trabalham com isso.

A voluntária do grupo Yawara Associação Animal, Karen Barroso, diz que devido à falta de espaço e até mesmo de voluntários hoje o resgate só é feito em animais em situação crítica. Hoje o abrigo possui mais de 40 animais entre os que estão em tratamento e os que aguardam adoção. “Esse ano nós temos dois casos de estupros de cadelas, além de animais com doença do carrapato (erliquiose e a babesiose), bicheiras (miíase) e atropelamentos. Temos também dois casos em que resgatamos animais que iam para eutanásia”, comentou.

As dificuldades para as instituições que trabalham com isso são inúmeras. Katherine Amorim, responsável pela Associação Roraimense de Cuidados Animais (ARCA), afirmou que o maior desafio é a falta de espaço para abrigar mais animais e de pessoas que colaborem de alguma forma. A instituição existe há cerca de três anos e possui atualmente cerca de onze cachorros sob os cuidados da ONG.

ORIENTAÇÃO – Quando um animal morre de forma suspeita, os cidadãos devem ligar para a Central 156 e solicitar o recolhimento pela empresa específica que presta esse serviço. Quem quiser adotar um bichinho de estimação, pode procurar o Centro de Zoonoses de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 18h. A pessoa deve ser maior de 18 anos. Será preenchido um questionário para posterior acompanhamento da adaptação do animal.

As ONGs que cuidam de animais em Boa Vista são Yawara (98105-2842/98114-6613), ARCA (98118-9955/99126-4910/99127-1691) e RADAR (99972-0928).