Cotidiano

Obras estão atrasadas há anos

Reportagem da Folha visitou três obras inacabadas, mas há outras dezenas sem conclusão espalhadas pela cidade

Algumas obras executadas pela Prefeitura de Boa Vista e pelo Governo do Estado estão com os prazos de conclusão expirados há mais de um ano, segundo levantamento realizado pela Folha. A nova sede da Universidade Estadual de Roraima, o prédio da Delegacia da Mulher e a Praça dos Esportes e da Cultura (PEC) já deveriam estar servindo a comunidade, no entanto estão com as obras paralisadas. Esses são apenas alguns exemplos, mas há muitas obras em escolas e praças inacabadas.

Localizada no bairro Canarinho, a nova sede da Universidade Estadual está com as obras paralisadas há mais de um ano. Nem a placa de identificação existe mais no local. A obra foi iniciada em fevereiro de 2014, com investimento previsto de R$ 4,8 milhões em recursos adquiridos por meio de convênio com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), com uma contrapartida de 10% do Governo do Estado. A previsão era de entregar o prédio em novembro daquele ano.

“É necessário cobrar do poder público como se encontra a execução das obras. A população deve saber todos os detalhes desde a responsabilidade pela execução dos serviços, o tempo de entrega e o valor investido. São detalhes que não podem passar despercebidos. Se todos se preocupassem com esta cobrança, não teríamos tantas obras inacabadas no país e teríamos uma fiscalização mais efetiva dos órgãos públicos”, criticou o aposentado Luiz Hernandes Feitosa.

Anunciada em 2013, a construção de uma delegacia onde funcionava a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no cruzamento da Avenida Terêncio Lima com a Rua Pedro Rodrigues, no Centro de Boa Vista, está paralisada há anos. A obra começou a ser feita, mas foi abandonada pela empresa. A promessa é que o local receba o 1º Distrito Policial, que hoje funciona na Cidade da Polícia Civil.

Na zona Oeste, a Praça dos Esportes e da Cultura (PEC), localizada na Praça Germano Augusto Sampaio, de responsabilidade da Prefeitura de Boa Vista, também está abandonada. A obra aparenta estar quase pronta, mas ainda há andaimes e materiais de construção no interior do prédio, ainda cercado de tapumes.

No final de 2016, a Comissão Especial de Obras Inacabadas do Senado Federal citou a Praça dos Esportes e da Cultura como uma das sete obras de Roraima inacabadas. Na época, menos de 50% da obra tinha sido executada, segundo levantamento da Comissão do Senado.

OUTRO LADO – O Governo do Estado informou que a obra do prédio da nova Reitoria da Universidade Estadual e setor administrativo da Instituição foi abandonada pela empreiteira em 2015, mesmo com os pagamentos sendo honrados. A obra era executada com verbas da Suframa, que apesar de requerida pela UERR, não prorrogou a vigência do convênio para o término da obra. A UERR efetuou novo procedimento licitatório para dar continuidade à obra, mas até o momento não teve a garantia de repasses do governo estadual.

Quanto ao prédio do 1º Distrito Policial, localizado na Avenida Terêncio Lima, a Secretaria de Infraestrutura informou que a obra passou por um novo processo de licitação, para conclusão dos serviços. A abertura das propostas já ocorreu e, atualmente, está em fase de recursos, que encerra dia 16 de julho. Após isso, caso não haja nenhum recurso interposto por alguma das concorrentes, será publicado no Diário Oficial a vencedora do processo de Licitação, para que sejam retomados os serviços.

Quanto a Praça dos Esportes e da Cultura (PEC), a Secretaria Municipal de Obras informou que, por conta de atraso no repasse de recursos pelo Governo Federal, a empresa responsável pela obra não realizou os serviços de construção. A secretaria precisou fazer nova licitação e atualmente a empresa responsável é a Norteletro Comércio e Serviços Ltda, que tem prazo até agosto para entregar a estrutura adequada.

Esclareceu ainda que, toda obra é acompanhada pela Caixa Econômica Federal, responsável pela liberação dos recursos junto ao Ministério da Cultura. O valor atual do contrato é de R$ 1.180.101,04. A obra está em fase final, com execução de forro e piso do anfiteatro.

A estrutura da praça inclui salas de multiuso, biblioteca, telecentro, cine teatro com auditório para 60 lugares, quadra poliesportiva coberta, pista de skate, playground, pista de caminhada e equipamentos de ginástica.

No local serão desenvolvidos atividades e serviços culturais, práticas esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços socioassistenciais, políticas de prevenção à violência e inclusão digital.