Cotidiano

Ocupantes armam barracas em área às margens da BR-174

Segundo a Prefeitura de Boa Vista, nos últimos dois meses, sete notificações de invasão foram registradas

Desde a noite do último sábado, 4, cerca de 300 famílias ocupam uma área às margens da BR-174 sentido norte, ao lado do bairro Said Salomão, na zona rural de Boa Vista. Essa é uma situação que vem ocorrendo com frequência. Nos últimos dois meses, sete notificações de invasões foram registradas em Boa Vista, segundo a Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur).

Com barracos improvisados, os ocupantes afirmam estar ali em busca de um pedaço de terra para construir um lar e viver com dignidade. “Eu estou aqui porque não tenho outra alternativa, estou desempregado, morando de favor e tenho uma família para criar”, disse um homem, que não quis ter o nome revelado.

Outro ocupante, que pediu para não ter a identidade revelada, afirmou não fazer parte de nenhuma associação de terras. “Eu estou aqui sem nenhum envolvimento com qualquer associação. Há muito tempo eu venho lutando para conseguir uma moradia através de programas habitacionais, mas até hoje não consegui”, justificou.

Questionado sobre a irregularidade da ação, o ocupante disse que tem ciência, mas tentou explicar que sua intenção é dar melhores condições de vida para sua família e pediu um posicionamento das autoridades. “Creio que, assim como eu, outras pessoas estão aqui porque não tem uma casa própria e é isso que queremos. Pedimos para que as autoridades façam algo a nosso favor”, afirmou.

GOVERNO – Em nota, o Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima) informa que a área em questão é particular, cabendo ao proprietário as medidas necessárias para resguardar o seu patrimônio. Informou ainda que mantém constante monitoramento em áreas de propriedade do Estado, no sentido de evitar e coibir ocupações irregulares em áreas públicas. Porém, não pode intervir em áreas particulares.

O Iteraima ressaltou que não apoia e nem incentiva esse tipo de prática, que vem contra a missão institucional da autarquia, que é a governança responsável da terra. Reiterou que a governadora Suely Campos sancionou em junho no ano passado, a Lei nº 1063, que trata da regularização de áreas urbanas de propriedade do Estado. “A referida lei impede a regularização de áreas ocupadas posteriormente a dezembro de 2014, como forma de coibir ocupações irregulares em áreas do Estado”, informou.

PREFEITURA – Em nota, a Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur) informou que está avaliando a situação. (E.M)