Cultura

Oftalmologistas explicam os avanços contra a Catarata

Os oftalmologistas Rômulo Ferreira e Antônio Melo explicam que a catarata é progressiva, mas a boa notícia é que houve grande avanço no tratamento

A catarata é uma frequente doença oftalmológica nos consultórios médicos. A doença atinge 17% das pessoas com até 65 anos e 47% dos que têm entre 65 a 74 anos. Dados do Ministério da Saúde revelam que no Brasil são realizadas mais de 450 mil cirurgias de cataratas por ano.

A catarata pode ser secundária a traumas, medicamentos, algumas doenças, entre outras causas, porém o tipo mais comum da doença é a catarata senil que, como o nome já diz, ocorre naturalmente com o envelhecimento. De acordo com os oftalmologistas Rômulo Ferreira e Antonio Melo, da mesma forma que as fibras de colágeno da pele perdem a elasticidade e formam as “rugas”, as fibras de colágeno do cristalino também envelhecem e se formam a catarata.

“Portanto, apesar de muitos pacientes se preocuparem quando recebem este diagnóstico, deve-se entender que essa “doença é, na maioria das vezes, um processo natural que todos sofrerão, alguns um pouco antes, outros um pouco depois, normalmente a partir dos 50-60 anos. Por isso, costumo brincar com meus pacientes e dizer que “ter catarata é bom e sinal de que estamos vivos, pois só não tem quem morre antes…”, explica Romulo.

Segundo ele, antigamente a cirurgia de catarata só era realizada nos casos mais avançados, com a visão muito comprometida, por exemplo, quando o paciente só enxerga vultos. “Atualmente, com as novas técnicas cirúrgicas e as modernas lentes intraoculares, a cirurgia traz benefícios aos pacientes mesmo em estágios mais precoces da “doença”, relata.

Os médicos relatam que a cirurgia é feita por ultrassom e consiste em quebrar e aspirar a catarata (lente natural opacificada), substituindo-a por uma lente artificial por meio de um pequeno corte na córnea.

“Muitas vezes, a cirurgia não tem suturas e é capaz de corrigir com significativa precisão os diferentes tipos de grau (miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia), dependendo principalmente do tipo de lente que é utilizada, entre outros fatores. Assim, frequentemente o paciente pode “se livrar” ou pelo menos diminuir a dependência do uso dos óculos após o procedimento”, explica o oftalmologista.

Uma vez colocada, a lente intraocular normalmente não é trocada, permanecendo no olho do paciente para o resto da vida. Assim, uma boa conversa entre o médico oftalmologista e o paciente sobre os custos e benefícios de cada tipo de lente é fundamental antes da cirurgia, para que se possa fazer a melhor escolha de acordo com as necessidades e possibilidades de cada paciente.

Catarata é o processo de opacificação ou escurecimento do cristalino, a lente natural que existe em nossos olhos, causando a perda progressiva da qualidade e da quantidade de visão. A Escolha da LIO é feita de acordo com a indicação médica e possibilidades de cada paciente.