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Os sons do triângulo, sanfona e zabumba invadem o Arraial do Anauá

Para quem gosta de um forró pé de serra, hoje é o dia para ir ao 26º Arraial do Anauá

“Morena diga onde é que tu tava, aonde é que tu tava, onde é que tava tu… Passei a noite procurando tu, procurando tu, procurando tu”. Quem não se lembra desse sucesso que até hoje embala as noites juninas. O Trio Nordestino, de Salvador (BA), vai relembrar as canções de sua carreira de 59 anos hoje à noite, dia de São Pedro, no 26º Arraial do Anauá.

Para quem gosta de um forró pé de serra, essa é a pedida do feriado. O show do Trio Nordestino inicia a meia noite, no forródromo do Parque Anauá.

Criado em 1958 na cidade de Salvador, o Trio Nordestino iniciou a formação clássica do forró: um sanfoneiro, um zabumbeiro e um triângulo para dar o toque especial. Atualmente o grupo é formado por Luiz Mário – triângulo e voz (filho de Lindú, um dos fundadores do grupo), Jonas Santana- zabumba (nascido em Entre Rios, cidade natal de Lindú) e Beto Sousa – sanfoneiro (afilhado de Lindú).

“Nosso Arraial faz um passeio por diversas culturas brasileiras e o Nordeste, muito presente na vida do roraimense, não podia ficar de fora da festa. O Trio Nordestino vai trazer o Nordeste para o nosso Arraial e fazer o povo dançar muito”, disse a governadora Suely Campos.

O ARRAIAL – Desde o dia 24 de junho que o governo do Estado está promovendo o 26º Arraial do Anauá – Do Caburaí ao Chuí: O melhor arraial do Brasil é aqui!. Este ano a festa junina traz no tema uma correção geográfica em vigor desde 2012, mas que ainda não caiu no costume do povo.

A festa reúne diversos ritmos, de Norte a Sul, com apresentação de quadrilhas juninas que concorrem ao título de campeã do ano, além de grupos folclóricos de Boa Vista e cidades do interior do Estado. Os visitantes têm dançado todas as noites ao som de forró e sertanejo, com bandas locais e nacionais. Mais de 60 mil pessoas visitaram a festa, que encerra no dia 2 de julho, próximo domingo.

A tradição de quase seis décadas

Desde 1958 o brasileiro escuta aquele leve som do triângulo, combinado com a zabumba, uma sanfona e uma voz que embala o arrasta pé. O Trio Nordestino lançou o primeiro disco em 1962, com a marca da sensualidade do sertão.

Os primeiros discos saíram pela gravadora Copacabana e traziam canções de Gordurinha (“Pau – de- arara é a vovozinha”, “Carta 100 Erros”, “Carta à Maceió”), Antônio Barros (“Chililique”, “Forró Pesado”, “Procurando Tu”), a iniciante dupla Dominguinhos – Anastácia (“Conversa De Motorista”), além do próprio Lindú, nome artístico de Lindolfo Barbosa. “Procurando Tu” foi o maior sucesso do Trio Nordestino, no início dos anos 70, chegando a vender cerca de um milhão de discos.

O Trio já gravou com grandes representantes da música popular brasileira: Fagner, Alceu Valença, Bezerra da Silva, Elba Ramalho, Dominguinhos, Alcione, Flavio José, Santana, Genaro, Silvério Pessoa, Zeca Baleiro, Estakazero, Adelmário Coelho, Luiz Caldas, Targino Gondim, entre outros.

Em abril deste ano o grupo fez uma turnê pela Europa com apresentações em festivais de forró na França, Suíça e Itália onde o gênero tem conquistado cada vez mais espaço. Ao retornar ao Brasil, iniciaram os preparativos para o lançamento do mais novo disco: “Trio Nordestino canta o Nordeste”. O projeto, realizado pela gravadora carioca Biscoito Fino, é uma homenagem aos compositores nordestinos e conta com a participação de Lucy Alves e do sambista Zeca Pagodinho.

Agora o Trio inicia a turnê do São João 2017 com shows já agendados na Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco mantendo a cultura nordestina viva por meio da música.