Política

PL visa maior participação da comunidade em obras públicas

Aprovado semana passada na Câmara Municipal de Boa Vista (CMBV), o projeto de Lei nº 62/2017 que trata sobre a adoção de medidas para implantação de obras públicas na Capital. Aguardando sanção da Prefeitura de Boa Vista, a proposta prevê que as empresas preparem a comunidade para o impacto da execução dos empreendimentos.

Em entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha AM 1020 no sábado, 14, o autor do projeto, vereador Linoberg Almeida (Rede), explicou que é preciso levar em consideração que a maioria das obras que estão ocorrendo na cidade são oriundas de recurso público. “Todo mundo em Boa Vista convive diariamente com obra, tem obra na cidade inteira. Obra que está parada, que está andando. As pessoas vivem o cotidiano de uma cidade que está crescendo, mas é preciso levar em consideração que as empresas que estão realizando essas operações ganham licitações pra fazer esses empreendimentos”, comentou o vereador.

Linoberg continuou: “Acontece que aqui em Boa Vista a população acorda com a obra já em andamento, com máquinas de um lado para o outro e com uma vala aberta na frente de casa, sem saber quanto tempo aquela situação vai durar, se vai acontecer um atraso. Quantos moradores já não sofreram com obras na rua de sua casa que não foram comunicadas. Esse projeto específico é para estabelecer, em lei, uma equipe especializada pra dialogar com a comunidade”.

Para o vereador, a distância que existe entre uma empresa efetuar uma obra e a população entender para que serve aquela obra, é muito grande. “Com isso, há uma necessidade de contratar engenheiros, arquitetos, sociólogos, profissionais em geral para fazer essa ponte com a população e comunicar melhor a necessidade daquela obra na vida das pessoas”, disse. “Imagina um bairro, que de um dia para o outro, surge um tapume em volta da construção de uma Unidade Básica de Saúde. Às vezes, as obras estão sendo feitas e as pessoas não sabem o que está sendo feito, nem quanto tempo irá demorar a obra, nem qual é a influência de que aquela obra terá na vida da pessoa”, acrescentou Linoberg.

O vereador ressaltou ainda que a ideia do Projeto Técnico Social (PTS) já existe em várias cidades brasileiras e em mais de uma centena de países pelo mundo. Para ele, a utilização desse artifício pode reduzir o conflito na implantação das obras em Boa Vista.

“Vou citar como exemplo o Residencial Vila Jardim. As pessoas que moram ali sabem os problemas que surgiram quando saíram de uma residência para morar em um apartamento. Se a empresa ganhadora da licitação tivesse uma equipe especializada para informar as mudanças, como é morar em condomínio, como é morar em apartamento, conviver com o vizinho, a importância de aprender a viver sem quintal, de conviver com barulhos, com horários. Se isso tudo fosse tratado anteriormente com a comunidade, contribuiria muito mais para a efetividade do estabelecimento”, pontuou Linoberg. (P.C)