Polícia

PM encontra armas brancas em barracas de venezuelanos

As barracas dos cerca de 300 imigrantes venezuelanos que moram nas proximidades da Rodoviária foram revistadas

Na manhã de ontem, dia 10, muitos agentes de segurança da segunda malha da Polícia Militar, integrada por pelotões do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), como Canil, Choque e Força Tática, realizaram uma operação nas proximidades da Rodoviária Internacional de Boa Vista, onde cerca de 300 venezuelanos moram de maneira improvisada. A ação policial aconteceu após uma briga entre indígenas e não indígenas de origem venezuelana, na qual alguns ficaram feridos tendo em vista que usaram pedaços de madeira e arma branca.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, e fez a remoção dos envolvidos na confusão até o Hospital Geral de Roraima (HGR), enquanto alguns populares decidiram ligar para o número de emergência da polícia para averiguar a ocorrência. Alguns dos agressores conseguiram fugir.

Quem explicou sobre a ocorrência à reportagem da Folha foi o comandante da operação, o oficial de segunda malha tenente Jeferson. “Houve uma briga entre eles, usando pernamanca e terçado. Essa informação chegou ao escalão superior e foi determinado que viéssemos fazer de forma preventiva essa abordagem que tem o objetivo de resguardar a eles mesmos. Entre eles tem pessoas que vieram ao Brasil pacificamente, que estão em busca de trabalho, melhores condições de vida, mas também tem aqueles que estão vindo para causar tumulto na nossa cidade. É na tentativa de tirar essas pessoas que estão cometendo crimes, brigas, usando entorpecentes nessa área que estamos realizando essa abordagem. Não vamos permitir que esses delitos aconteçam por aqui”, assegurou.

O oficial também ressaltou que quando os policiais chegaram para iniciar a abordagem os suspeitos tinham fugido. “Um dos que entrou em confronto foi levado pelo Samu ao Hospital e os outros conseguiram fugir quando nós chegamos”, confirmou o tenente.

Os policiais foram em todas as barracas e pediram que os estrangeiros retirassem seus pertences para que a vistoria fosse feita. “Todas as barracas foram revistadas e encontramos muito armamento branco, como faca, punhal, terçado, mas alguns dizem que usam para fazer comida, artesanato e outras coisas. É difícil esse controle. Nós estamos recolhendo apenas os terçados. Não encontramos arma de fogo e até o momento nenhum entorpecente. Eles podem ter tirado quando viram as viaturas chegando”, destacou Jeferson.

O material usado pelos elementos envolvidos na briga foi recolhido pela Polícia Militar e ficou apreendido. A PM acrescentou ainda, que quase todos os dias a polícia está com uma viatura naquela área da cidade, para coibir esse grande número de assaltos e furtos que acontecem na Rodoviária. “Nós estamos aqui todos os dias. É um problema que está causando um grande índice de criminalidade nessa área”, concluiu o oficial.

PREFEITURA – A Folha entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista para saber sobre as ações desenvolvidas para fazer o remanejamento dos imigrantes que ocupam o entorno do Terminal Rodoviário, tendo em vista que a retirada de venezuelanos que moram em algumas praças da Capital e outros locais públicos já aconteceu.

Em nota, a administração municipal declarou que a operação da Polícia Militar foi feita por outras razões, que dizem respeito à segurança pública. Informou que a Secretaria Municipal de Gestão Social tem promovido abordagens sociais frequentes em todas as praças e prédios públicos municipais, a fim de fazer a orientação e encaminhamentos necessários, concebendo o entendimento que os espaços públicos não podem ser usados como moradia, seja por venezuelanos ou não.

“A ação teve como base pedidos da própria população, que tem cobrado atos de retirada dos venezuelanos dos espaços públicos, para evitar a depredação desses locais. [A prefeitura] reforça ainda que em nenhum momento foi falado que essas abordagens sociais não serão realizadas nas proximidades do local citado [Rodoviária]”, disse o texto.

Conforme a prefeitura, o Governo Federal estuda a criação de abrigos para atender aos imigrantes venezuelanos. “No momento, eles têm à disposição o Centro de Referência ao Imigrante, administrado pelo Governo do Estado, localizado no bairro Pintolândia”, finalizou a nota. (J.B)