Cotidiano

PM forma 1ª turma de Operações de Choque que vai atuar nos presídios

Companhia de Choque integra o Bope, que ficará responsável por atuar nas unidades prisionais, no lugar da Força Tática

A Polícia Militar de Roraima formou a primeira turma do curso de Operações de Choque, durante solenidade no final da tarde desta quinta-feira, 20, no Forródromo do Parque Anauá. Dos 84 policiais que iniciaram o curso no mês de junho, 48 concluíram o treinamento de 41 dias. Esses policiais passam agora a compor a Companhia de Choque do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

O comandante da PM, coronel Edison Prola, falou da importância do novo grupamento e adiantou que os policiais atuarão nas unidades prisionais do Estado. “Eles entram e os homens da Força Tática saem dos presídios”, disse o comandante.

Integrantes da Polícia Nacional do Paraguai, dois policiais militares do Amazonas, um agente penitenciário do Espírito Santo e cinco guardas municipais de Boa Vista também concluíram o curso, ministrado por roraimenses e instrutores de Rondônia e Rio Grande do Norte. Os policiais receberam instruções no Batalhão de Choque do Amazonas.

O comandante Edison Prola também falou da reformulação na PM roraimense. São três Comandos de Policiamento: o da Capital (CPC), o do Interior (CPI) e Especializado, (CPE).

O CPC abrangerá o 1º e 2º Batalhões: a Ciptur e a CIPG. O CPI continua responsável pelos destacamentos no interior. Já a CPE ficará responsável pelo 1º Batalhão de Polícia de Choque (Bope), Giro, Cavalaria e Cipa. O Batalhão de Polícia de Choque será composto pela Força Tática, Canil e Choque, segundo detalhou o comandante.

“Este curso é mais um investimento do Governo do Estado para combater o crime organizado. São policiais capacitados para atuarem em especial, no sistema penitenciário”, explicou o coronel.

Um dos coordenadores do curso, capitão Overlan Alves, explicou a atuação do novo grupo. “O pelotão de choque atua no controle e dispersão de distúrbios civis, seja em manifestações, grandes eventos, manifestações populares em praça pública, bem como situações de motins, rebeliões e revistas em estabelecimentos prisionais. Atuam ainda em apoio ao judiciário em situações de reintegração de posse, tanto em áreas urbanas quanto rurais. Nesta última situação, temos mais conflitos, uma vez que os invasores se recusam a entregar a posse da terra”, disse.

MULHER – O capitão PM Izael, primeiro colocado da turma, conduziu os dois pelotões de Choque durante a solenidade de formatura. Quatro mulheres começaram o curso, mas apenas a sargento V. Carvalho, da Companhia de Caracaraí, concluiu o treinamento.

“Sofri muito, mas vejo que foi gratificante. É muito bom representar as mulheres numa profissão tão difícil, mas se cheguei, outras também podem chegar. Busco forças em Deus”, afirmou.

CHOQUE – As tropas de Choque são unidades especializadas que atuam principalmente para dispersão e controle de distúrbios civis, dentre outras atribuições. O armamento utilizado por estes profissionais pode variar entre armas letais e não-letais.

Normalmente é utilizado o gás lacrimogêneo, munição de elastômero (balas de borracha), gás de pimenta, bombas de efeito moral, sparks (armas de condução elétrica) e BPs (bastões policiais de madeira, borracha, fibra de vidro ou metal). A função dessas armas é incapacitar temporariamente ou simplesmente causar efeitos psicológicos nos manifestantes, facilitando a dispersão.