Cotidiano

PM intensifica fiscalização para coibir entrada de droga em escolas

Caso alunos sejam flagrados com entorpecentes dentro de colégios militarizados, poderão ser transferidos compulsoriamente

A prevenção ao uso indevido de drogas no âmbito das escolas da rede pública estadual será intensificada com o monitoramento dos alunos por equipes da Polícia Militar de Roraima, que estão atuando tanto em unidades militarizadas como nas demais escolas públicas.

Segundo a secretária-adjunta de Educação Graciela Ziebert, as medidas foram adotadas após três alunos de um colégio militarizado serem flagrados por um coordenador portando cerca de dois gramas de uma substância aparentando ser cocaína.

Graciela adiantou que outras escolas da zona oeste, como a Fagundes Varela, no bairro Nova Cidade, apesar de não integrar a rede de unidades militarizadas, estão passando por este processo com uma equipe de policiais militares que estão dentro da escola, realizando um trabalho de prevenção e monitoramento na entrada e saída dos alunos.

“Com o trabalho de disciplina intensificado junto às unidades que estão sob a coordenação da Polícia Militar, conseguimos reduzir vários índices de violência e o uso intensivo de drogas. Estes casos são pontuais e, graças ao constante controle e fiscalização nestas escolas, temos conseguido desarticular imediatamente e adotar as medidas necessárias. Estamos conseguindo coibir essa ação nas escolas e esse problema está sendo eliminado nas escolas com maior vulnerabilidade”, relatou.

PUNIÇÕES – Quanto à punição aos alunos que são flagrados fazendo uso ou em posse de entorpecentes, conforme explicou a secretária-adjunta, existe um regimento geral para os colégios militarizados e escolas públicas, que prevê, de imediato, a transferência compulsória do aluno envolvido.

“É o caso dos três alunos em questão. Além de terem sofrido as sanções conforme consta no regime interno, os familiares são advertidos quanto a esta infração e, em alguns casos, promovemos até a expulsão dos alunos. Temos três fases antes de chegar a este procedimento e buscamos sempre o diálogo para verificarmos a possibilidade de integrá-los em outro ambiente escolar. Após monitorarmos esta nova fase e percebermos que não ocorreu nenhum avanço positivo, convidamos os pais para comparecerem até a escola e esclarecemos a adoção dos demais procedimentos”, disse.

Proerd auxilia no processo de conscientização sobre as drogas

O trabalho de proteção, conscientização e orientação sobre os males que o uso das drogas causa aos jovens é intensificado com as ações realizadas pelo Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). Os jovens formados pelo Proerd têm a missão de serem multiplicadores no âmbito escolar.

“Várias ações estão em curso para conscientizar os jovens para serem multiplicadores dos problemas ocasionados pelo uso dos vários tipos de drogas. O uso do álcool entre os jovens é outro fator que nos preocupa, pois os adolescentes estão tendo o contato muito cedo com bebidas e a tendência é que se tornem futuros alcoólatras e até mesmo evoluam para drogas mais pesadas. O trabalho de conscientização entre os jovens tem surtido um efeito positivo e, a cada ano, ampliamos o alcance a este programa”, relatou Graciela.

Para sociólogo, gerações atuais têm acesso precoce a todo tipo de droga

Na avaliação do sociólogo Paulo Racoski, o uso abusivo de drogas entre os jovens cada vez mais cedo evidencia uma das questões de maior preocupação da sociedade moderna. “Historicamente temos uma evolução entre os jovens de forma acentuada culminando para o uso indiscriminado de drogas de todos os tipos desde a cocaína, sintéticas e por fim o crack. É possível notar que nas décadas passadas não tínhamos registro da alta incidência do uso de entorpecentes entre a geração dos anos 80 e 90, quando o consumo de cigarros e álcool já era discutido com preocupação”, disse.

Para Racoski, a venda e exposição das drogas se torna uma coisa comum, inclusive discutida em redes sociais, e esta banalização tem uma contribuição negativa para o aumento dos índices de consumo atuais. “Se tornou, infelizmente, um comércio aberto à disposição dos adolescentes. Os jovens da geração passada não tinham tanta liberdade de falar sobre drogas como se está tendo atualmente e isso tem sido bastante prejudicial, contribuindo inclusive para o uso cada vez mais precoce da geração atual. A única forma de controle ainda continua sendo o diálogo familiar e o bom entrosamento em um ciclo de amizades”, defendeu. (R.G)