Cotidiano

Pacaraima receberá R$ 600 mil para manter abrigo de venezuelanos

Fundo Humanitário Social foi criado para que o município receba os recursos federais, que devem estar disponíveis em 30 dias

Além do aporte orçamentário no valor de R$ 190 milhões para o Estado conter a crise migratória a qual enfrenta após a chegada de 70 mil venezuelanos, o Governo Federal irá repassar à Prefeitura de Pacaraima, ao norte de Roraima, na fronteira com a Venezuela, R$ 600 mil. O dinheiro deverá ser utilizado para manter o abrigo destinado aos estrangeiros.

A unidade foi construída em julho do ano passado para abrigar 250 indígenas venezuelanos da etnia Warao, mas está superlotada com mais de 500 indígenas, o dobro da capacidade. Em agosto, o executivo municipal elaborou um plano de ação que foi entregue ao Ministério do Desenvolvimento Social solicitando os recursos para manter o local por um período de seis meses.

À época, o município pleiteava os recursos para realizar manutenções no abrigo, que é mantido por meio de doações e voluntários, além de tentar a contratação de assistentes sociais e administrativo. Com a liberação, o dinheiro também deve ser utilizado para gastos com alimentação e limpeza da unidade. “Já tem programática feita em cima do que foi aprovado no Ministério, não vem aleatoriamente para qualquer ação”, disse o prefeito, Juliano Torquato.

Segundo ele, no final de 2017, a Câmara Municipal aprovou um projeto de lei criando um fundo humanitário social para receber repasses do Governo Federal. Com a comissão sendo formada, no entanto, o dinheiro só deverá estar disponível para ser utilizado no abrigo daqui a 30 dias. “O fundo ainda está sendo constituído em formatação para nomeação de presidente e conselheiros”, explicou.

Torquato reconheceu que foi pego de surpreso com o anúncio de que o município seria beneficiado com a verba. “Estive em Brasília há 15 dias e não tínhamos previsão para o repasse, mas, com a visita do presidente [Michel Temer], acabaram agilizando. É bom deixar claro que não poderemos investir em outro setor a não ser do abrigo já existente no município”, reforçou.

Apesar de ajudar com a manutenção do abrigo, o prefeito afirmou que a verba ainda é insuficiente devido ao crescimento no número de indígenas venezuelanos que moram no local. Ainda assim, ele garantiu que não pretende buscar mais recursos para o município, que também enfrenta dificuldades nas áreas de saúde e educação.

“Pela prefeitura não temos interesse em buscar recursos federais para tratar dessa situação migratória. Estamos com dificuldades principalmente na questão sanitária, pois essas doenças nos preocupam, mas está sendo feita vacinação para não termos problema maior. O recurso era para seis meses, mas com o dobro de imigrantes só durará três meses”, frisou. (L.G.C)