Cotidiano

Pacientes reclamam de demora no atendimento em policlínica

De acordo com a direção da unidade hospitalar, 80% dos pacientes deveriam ser atendidos em unidades básicas de saúde

O atendimento da Policlínica Cosme e Silva, no bairro Pintolândia, é alvo de reclamações. A principal queixa dos pacientes é referente à demora nos atendimentos, devido ao aumento da demanda nos últimos meses. Segundo os pacientes, há poucos médicos para atender a todas as pessoas que chegam à unidade.

Filas são formadas tanto dentro, quanto fora da unidade de saúde. As pessoas aguardam entre três a oito horas, conforme relatos colhidos pela reportagem da Folha. Para a manicure Valderez Alves de Souza, a quantidade de imigrantes contribui para a demora no serviço. “A maioria aqui é venezuelano. Deveriam ter colocado mais médicos para atender. Eu sei que os estrangeiros são gente como a gente, mas nós brasileiros, que residimos aqui, não podemos ser deixados para trás”, disse.

De acordo com Vagner da Silva, de 37 anos, a demora faz alguns pacientes desistirem de ser atendidos. “É a segunda vez que venho essa semana. Na primeira vez desisti e voltei para casa. Na última vez que fui atendido aqui, apenas me medicaram, não pediram exames”, relatou.

OUTRO LADO – À Folha, a diretora técnica da Policlínica, Magna Noleto, informou que, de outubro de 2017 para maio deste ano, houve um aumento significativo de imigrantes procurando atendimento na unidade e que isso se dá pelo fato de existirem abrigos próximo à unidade de saúde. De acordo com Magna, o atendimento aos estrangeiros é realizado mesmo sem o cartão do SUS. “Fazemos uma ficha, informando os dados pessoais, o nome, a idade, o abrigo onde ficam. Não deixamos de atendê-los”, frisou.

Ainda de acordo com a diretora técnica, o serviço é um dos mais ágeis da capital e, como medida para melhorar o atendimento com o aumento do fluxo migratório, a quantidade de funcionários aumentou. “Diariamente por plantão temos seis médicos atendendo e quando o fluxo está grande a gente aciona um médico extra”, afirmou.

Magna informou ainda que a maioria das pessoas que procura atendimentos no local é paciente que deveria procurar uma unidade básica de saúde. “O Pronto Atendimento Cosme e Silva é destinado às urgências e emergências. Porém como possui laboratórios de emergência e um atendimento mais rápido, a população opta por ser atendida aqui. Cerca de 80% dos pacientes deveriam procurar os postos de saúde”, concluiu. (K.M)