Polícia

Pai declara que filho preso como suspeito de assalto a ônibus é inocente

O pai de um jovem que foi preso pela Polícia Militar na noite de segunda-feira, dia 16, juntamente com mais três rapazes, como suspeitos de terem sido os assaltantes de um ônibus que fazia a linha para o bairro Caranã, na zona Oeste, procurou a Folha para relatar que o filho é inocente e que não tem relação alguma com o suposto crime. “Não podemos nem dizer que teve assalto porque nem o motorista e nem o cobrador registraram a ocorrência”, ressaltou o pai.

A falta do registro de ocorrência pelas supostas vítimas foi determinante para que autoridade policial decidisse liberar os detidos. “Eles foram presos como suspeitos e depois o caso já tinha virado de envolvimento com drogas, roubo de joias e porte de arma de brinquedo, que foi encontrada na mochila de um deles, ou seja, viram que não podiam incriminar ninguém e transformaram em outro caso”, disse o pai.

O homem também esclareceu que foi até a Escola Estadual Antônio Ferreira de Souza “Ferreirinha”, onde o filho estuda, para saber se ele teria comparecido a aula e comprovou que, na noite do suposto assalto, o rapaz entrou em sala de aula às 19h25 e só saiu depois das 22h. Segundo o pai, a frequência escolar do filho confirma que ele não poderia estar no ônibus naquele momento, tendo em vista que estaria estudando.

“Ele foi abordado com os colegas na lanchonete, mas não sei se os demais estavam errados. Vou falar somente do meu filho porque acredito que os outros pais também devam procurar seus direitos. Ele me disse que não fez nada. Naquela noite, eu comecei a ligar porque achei estranho o fato de ele não retornar para casa, momento em que fui informado de que ele estava na delegacia. Eu cheguei ao 5º DP bravo com ele e não com os policiais, mas depois descobri que ele não tinha que ter sido preso”, salientou o denunciante.

A família disse que o jovem tem hematomas no corpo, mas que somente após exame de integridade física vai tomar as providências para responsabilizar alguém pelas marcas. “Minha intenção é limpar a imagem do meu filho porque moramos há muito tempo em Boa Vista e quem vive nos bairros Cauamé, Caranã, Aeroporto e União se conhece. Meu filho não está conseguindo andar pela rua porque sofre ameaça. Eu não sei o que os outros pais pensam, mas eu fiz questão de procurar a Folha para contar a nossa versão dessa história. Se não há registro de Boletim de Ocorrência (B.O), não há crime e ninguém pode ser apontado como autor”, concluiu o pai do jovem.

O CASO – A Polícia Militar prendeu quatro suspeitos de um roubo a um ônibus em Boa Vista. O crime aconteceu quando o transporte público chegava às proximidades de uma rotatória que divide os bairros Aeroporto e Caranã, na zona Oeste, na noite de segunda-feira. Os suspeitos foram presos momentos depois em uma lanchonete localizada na Rua Joca Farias, bairro Caranã.

As vítimas afirmaram que os suspeitos usavam fardas escolares. Os policiais avistaram quatro indivíduos, com as mesmas características, e os abordaram. Foram encontrados entorpecentes, um celular e um simulacro de arma de fogo. Apesar de muitas vítimas, nenhuma delas compareceu ao 5º DP para registrar o B.O e, por isso, os suspeitos foram liberados. (J.B)