Cotidiano

País depende de RR para alcançar status de livre da febre aftosa com vacinação

Status recém-conquistado por Roraima deverá ser comunicado à Organização Mundial de Saúde Animal ainda esse mês

O Brasil deverá atingir no próximo ano a meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para se tornar um país livre da febre aftosa com vacinação. A certificação internacional depende agora do reconhecimento como zona livre de três estados da região Norte, entre eles Roraima.

A documentação reconhecendo a situação do Estado no controle da doença deverá ser encaminhada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) à OIE ainda esse mês, conforme explicou o diretor de Defesa Animal da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Vicente Barreto.

“Assim como o Amazonas, o estado de Roraima já conseguiu sua mudança de status para área livre de aftosa com vacinação, ou seja, o país já passou dos 70% de áreas reconhecidas como livre da doença para 90%, restando agora apenas o Amapá, que ainda está classificado como áreas como médio risco”, disse.

Barreto comentou que, caso consiga atingir a meta em 2018, a certificação deverá resultar em uma maior credibilidade da qualidade da carne animal produzida no país para o restante do mundo. “Com a certificação, o País terá atestada não só a qualidade do seu produto, mas também um preço melhorado e mercados abertos para o mundo inteiro, não se restringido somente para a carne bovina, mas também a carne suína e outros produtos”, disse.

Até 2026, o governo federal espera que o Brasil obtenha por parte da OIE o reconhecimento de país livre de aftosa sem vacinação, como já ocorre em outros países. Até o momento, das unidades da federação, apenas Santa Catarina possui esse status, fazendo com que a responsabilidade dos demais estados em manter a qualidade dos serviços de erradicação da doença seja ainda maior.

“Ao mesmo tempo em que conquistamos o status de livre de aftosa com vacinação, que é uma grande vitória, passamos também a assumir uma grande responsabilidade, já que isso nos obriga a manter a qualidade e a eficiência das ações de erradicação da doença, ou seja, nossa responsabilidade só aumenta em relação a essa meta de ser livre sem vacinação, que é um dos objetivos do País para os próximos anos”, salientou.

Nova etapa de vacinação começa em outubro

A nova etapa de vacinação contra a febre aftosa em Roraima deverá começar já no primeiro dia do mês de outubro. Segundo o diretor de Defesa Animal da Aderr, Vicente Barreto, o planejamento dos trabalhos de vacinação, incluindo as ações assistidas, já está praticamente definido.

Na 34ª etapa, concluída no final de abril deste ano, 95% das 850 mil cabeças de gado do Estado foram imunizadas. A meta é tentar conseguir atingir 100% de todo o rebanho.

Para vacinar o rebanho, o produtor deve adquirir a vacina em qualquer loja agropecuária do Estado. Ao adquirir o lote do produto e aplicá-lo no rebanho, o produtor deverá levar o comprovante até um dos escritórios da Aderr no Estado, informando o quantitativo bovino imunizado.

A penalidade prevista para quem deixa de vacinar é R$ 72 por animal não imunizado e R$ 1.098 por propriedade. Depois disso é feita a aplicação da vacina obrigatória na presença de fiscais da agência e se o produtor aplicou a dose, mas se esqueceu de notificar, ele também é passível de multa.

“Os preparativos já estão acontecendo. As ações já estão sendo planejadas e o produtor está atento sobre a importância da vacinação, tanto que estamos tendo por três anos consecutivos um bom êxito de imunização, grande parte disso graças ao suporte que o governo tem dado a Aderr, não poupando esforços para a melhoria da estrutura da agência para as ações, e isso tem se revertido com a resposta dos produtores”, concluiu. (M.L)