Cotidiano

Parceria com Fiocruz possibilita monitoramento de nível de infestação

Em 2018, no período antes das chuvas, seis bairros da capital foram monitorados com base nos dados de 2017 em relação aos casos de chikungunya

A parceria entre a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), por meio do Núcleo de Entomologia, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Amazônia) tem possibilitado a realização do monitoramento do nível de infestação dos casos de dengue, zika e chikungunya em Boa Vista e nos municípios de Bonfim e Pacaraima.

Segundo a gerente do Núcleo de Entomologia, Nathalia Vargas, a parceria existe desde 2017 e consiste na implantação de ovitrampas, armadilhas que permitem a captura dos ovos dos mosquitos e o monitoramento da população do Aedes aegypti, em alguns bairros da capital e nos municípios fronteiriços, para ser testada a resistência dos mosquitos em relação ao combate dos inseticidas.

“Esta ação é para detectar se o inseticida que estamos utilizando no combate a estes mosquitos está sendo eficaz e quantos ainda estão resistindo a estas aplicações nos bairros que selecionamos. Nos municípios de Bonfim e Pacaraima, são usados produtos diferentes em razão da diferenciação do combate nos países fronteiriços”, destacou.

Nathalia acrescentou que em 2018, no período antes das chuvas, seis bairros da capital foram monitorados com base nos dados de 2017 em relação aos casos de chikungunya. Os resultados apresentados definiram que, mesmo no período de seca, os locais já estavam com alto nível de infestação para o Aedes aegypti.

“Com isso, foi possível direcionar um trabalho de prevenção, onde repassamos estes dados para o município de Boa Vista para que inicie a intensificação do trabalho de prevenção antes do período do inverno. A tendência era o aumento considerável destas infestações já que estamos na época propicia da reprodução destes mosquitos”, acrescentou.

Bairros apresentaram infestações acima de 50%

Os bairros Senador Hélio Campos, Equatorial, Alvorada, Sílvio Leite, Jardim Primavera e Silvio Botelho foram considerados os mais críticos em 2017 para as notificações de casos de dengue, zika e chikungunya. Nestes locais, foram colocadas armadilhas ovitrampas e monitorada a quantidade de infestação, em que são coletadas palhetas contendo a presença de ovos dos insetos sendo possível calcular a quantidade de mosquito circulante na região.

“É feita a contagem de ovos presente nas palhetas para medir o nível de infestação. Com base nestas informações, temos a noção da estratégia a ser utilizada em parceria com o município, a exemplo do aumento dos agentes de endemias nas residências e campanhas de educação e saúde. Um fato que chamou a nossa atenção é que, mesmo no período do inverno, a maioria das armadilhas apresentou mais de 50% do nível de infestação em todos os seis bairros”, comentou.

Os dados dos municípios de Bonfim e Pacaraima ainda estão sendo coletados e devem ser divulgados na próxima semana. (R.G)