Política

Parlamentares avaliam que a crise é grave e pedem renúncia de Temer

Empresário entregou gravação de conversa com Temer sobre a compra do silêncio de Eduardo Cunha

A crise política acentuada a partir da delação premiada dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, repercutiu em Roraima. Tanto no Estado quanto em Brasília, políticos e outras autoridades roraimenses falaram sobre a gravação em que o presidente Michel Temer (PMDB) pede a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato.

O senador Telmário Mota (PTB) disse que a crise é profunda e não descarta a possibilidade de eleições diretas. “O momento é muito grave, gravíssimo, com as denúncias envolvendo o presidente, Legislativo e tudo isso, se não for tomada providências, pode haver convulsão social, o que pode levar o Exército para as ruas. Para não perdermos a democracia, que é o melhor sistema em qualquer situação, é preciso muita cautela. Temer não tem apoio popular, vai perder o apoio do Congresso e do mercado. Fica inviável sem governabilidade. Apoio novas eleições diretas para dar um novo norte ao país”, disse.

A senadora Ângela Portela (PDT) afirmou que as delações foram chocantes, mas não surpreendentes. “A gente já sabia que esse grupo queria estancar a sangria da Lava Jato. É um governo de corruptos, que não hesita em usar o poder do Estado para obstruir a Justiça e comprar o silêncio dos delatores. Lamento ver alguém acabar com sua carreira politica dessa forma, que é o caso do Aécio, e lamento que um procurador da República esteja envolvido nesse lamaçal. A permanência desse governo sempre foi ilegítima e agora é imoral e indecente. Temos que lutar por eleições diretas já”, avaliou a senadora.

DEPUTADOS – Deputados federais também manifestaram posição sobre a questão. “Nesse momento, me comporto como parlamentar e cidadão, aguardando o desenrolar dos fatos, não por omissão, mas por acreditar piamente no funcionamento das instituições e por crer que na hora certa e, do modo que a legislação pátria preconiza, a sociedade terá todas as respostas que necessita”, disse o deputado Jhonatan de Jesus (PRB).

Já a deputada Sheridan (PSDB) foi enfática quanto à posição de que o presidente Temer deve deixar o mandato. “As denúncias são muito graves e deixaram todos perplexos. Mas quem errou tem que pagar e é hora de passar o Brasil a limpo. Essa crise parece que ninguém consegue enxergar o final. É de muito bom tom que o Brasil se permita conseguir seguir em frente e que o presidente renuncie. Esse governo deve sair, pois prejudica o país. É meu ponto de vista como cidadã e parlamentar”, pontuou.

“Eu acho que todos têm o direito ao contraditório, mas o que importa é o país e, se existe uma delação confiável expondo o presidente Temer, ele tem que assumir suas responsabilidades, tem que ser apurado e penalizado na forma da lei, como todos os cidadãos. Não apenas o presidente como o senador Aécio e o membro do Ministério Público Federal. As leis têm que ser respeitadas e temos que penalizar quem faz por onde o país não se desenvolver. Todos são iguais perante a lei”, avaliou o deputado Abel Galinha, coordenador da bancada federal.

O deputado Carlos Andrade (PHS) afirma que a crise é muito ruim para o país. “Eu penso que tem que ser apurado, pois a demora na verificação continua abalando a Nação. Instabilidade na economia e na política. Precisamos que seja rapidamente apurado para se chegar a um denominador para o Brasil chegar a um rumo. Essa crise que abala o país é muito ruim”, comentou.

O deputado Hiran Gonçalves (PP) disse que o clima é de consternação no Congresso e que a crise é profunda. “Eu estou muito triste, pois na semana em que as notícias pareciam mostrar que o país se recuperava economicamente acontece este problema. Nós estamos dentro do devido processo legal e, como nos países democráticos, é o princípio da ampla defesa e do contraditório que deve ser livre para o cidadão. Eu espero que os envolvidos esclareçam e se defendam. Se forem culpados, que sejam punidos. Se não forem culpados, que sejam absolvidos. A crise é profunda e aqui a gente sente um ambiente de consternação, mas o país é maior que isso. Doa a quem doer, todos devem ser submetidos às leis e a democracia deve ser respeitada e os culpados devem ser punidos”, frisou.

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