Política

Partidos de oposição formam “frente ampla de esquerda”

Correligionários do PCB, PSTU e PSOL querem discutir uma agenda conjunta até a eleição de outubro

Partidos de oposição formaram em Roraima uma “frente ampla de esquerda” para discutir uma agenda conjunta até a eleição em outubro. A ideia é manter um diálogo e formar uma aliança eleitoral, no primeiro ou no segundo turno, entre os pré-candidatos do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) e Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). O lançamento deve ocorrer dia 20 de maio em local ainda a ser definido.

Segundo o secretário político do PCB em Roraima, o jornalista e professor Paulo Thadeu Franco das Neves, a Frente de Esquerda não surgiu apenas por conta da eleição em 2018, mas faz parte de um debate que começou em 2015 com a greve dos professores. “A Frente surgiu com a adesão do PCB, pois já tinha a participação do PSTU e PSOL. Foi no auge da greve dos professores que o PCB foi organizado em Roraima e agora resolvemos integrar essa frente de esquerda com indicação de candidaturas majoritárias participando do processo eleitoral”, disse.

Thadeu informou que a frente tem adesão não apenas dos movimentos sociais, mas dos movimentos indígena, sem-tetos, estudantil e sindical. “Sem falar do movimento cultural, que tem dialogado com a gente, pois estamos discutindo um programa visto que as candidaturas não são individualizadas e nem têm propostas individualizadas. Todas vão defender um programa discutido na base, com os movimentos e os partidos inseridos. Essa Frente não será apenas uma frente eleitoral, pois pretendemos após o processo eleitoral continuarmos o trabalho de consolidação da militância”, afirmou.

No contexto político atual, o PSTU e o PCB não têm representantes no Parlamento Federal. O PSOL tem seis deputados federais e os candidatos à presidência da República dos três partidos são diferenciados. Em Boa Vista, são cerca de 600 filiados e os partidos tentam dar espaço para todos que queiram entrar na política.

“A luta é difícil, é árdua, enfrentamos o processo eleitoral contra o sistema capitalista, pois ele muda os valores pessoais e todos deixam de pensar no coletivo, no próximo, o que prejudica a humanidade de forma geral. Estamos com a proposta de lançarmos uma chapa de 20 candidatos a deputado federal, 25 candidatos a deputado estadual, dois senadores pelo PSTU, um operário da construção civil e uma liderança indígena e mulher e um candidato ao governo de Roraima”, adiantou.

O representante do PCB disse que a Frente pretende lutar contra as oligarquias do Estado e afirma que não tem como continuar com o processo de conciliação de classe que resultou na derrota do governo petista. “A população de Roraima tem que definir quem são seus aliados, quem são seus amigos e inimigos. Encaramos a situação local das oligarquias que estão no poder como inimigos. Não dá pra ficar em cima do muro. Ou se quer a mudança, ou continua na mesmice, com os mesmos grupos que estão no poder há três décadas e não trazem nenhuma proposta de desenvolvimento para Roraima”, afirmou. “O governo dos partidos que estão no poder massacram e retiram diariamente os nossos direitos. Temos que nos unir e dar uma resposta imediata sejam nas ruas, nos movimentos e até mesmo participando do processo eleitoral”, garantiu.