Cotidiano

Pecuaristas aguardam status de livre da aftosa para ampliar exportação bovina

Produtores roraimenses lucram R$ 70 milhões por ano com venda de cabeças de gado para o Amazonas

Roraima exporta uma média de 25 mil cabeças de gado para o Amazonas anualmente, gerando uma arrecadação de aproximadamente R$ 70 milhões. Os dados são da Cooperativa Agropecuária de Roraima (Coopercarne). Conforme a entidade, os pecuaristas do Estado anseiam a ampliação do comércio para outras regiões, tendo em vista que desde o final do ano passado o Estado conquistou o status de livre da febre aftosa com vacinação.

Atualmente, a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) está organizando a documentação que será enviada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para comprovar que a região é segura em relação à febre aftosa. A expectativa da Aderr é que até o final do ano seja concedido o aval para a comercialização de gado e carne bovina com outros estados do Brasil e até mesmo com outros países.

O presidente da Coopercarne, Disney Mesquita, disse que a liberação do comércio é um anseio de todos os criadores de gado. “Com certeza vai trazer benefícios porque vai abrir a possibilidade de alcançarmos mercados que hoje a gente não tem acesso. Muitos produtores estão bastante motivados com a possibilidade, pois poderão fazer investimentos no setor agropecuário para ampliar a produtividade”, afirmou.

A ampliação do mercado vai contribuir para a economia do Estado, gerando emprego e renda. “É um fator que vai fazer circular o dinheiro arrecadado. Além disso, vai atrair novos investidores para Roraima, que é um estado com grande potencial para a criação bovina”, destacou Mesquita.

O pecuarista José Lopes, que trabalha há mais de 30 anos com a criação de gado em Roraima, disse que a liberação vai proporcionar um índice muito mais elevado de exportação. “Em breve, a economia do Estado será beneficiada com o comércio de gado e carne. Hoje, a crise financeira afetou o mercado tanto em Roraima como no Amazonas e estamos tendo dificuldade para vender o rebanho até mesmo para Manaus”, contou.

Lopes é um dos dez empresários que está investindo na construção do Frigo 10, matadouro considerado um dos mais modernos do Brasil. “Quando for inaugurado, a nossa capacidade de exportação vai aumentar consideravelmente, então precisamos que o Estado, junto ao Mapa, agilize o aval para a ampliação do comércio”, afirmou.

Segundo o produtor, Roraima tem grande potencial no ramo da pecuária. “Nos últimos dois anos muitos empresários investiram aqui. O setor produtivo está reagindo e recuperando sua força, temos que produzir porque não há como Roraima sobreviver para sempre com a política do contracheque”, concluiu. (B.B)